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André Avlis

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Radialista, Cronista e Comentarista Esportivo!
Postada em 06/10/2020 07:19 | Atualizada em 06/10/2020 07:21

BRASIL: Onde torcida nos estádios não pode; mas aglomerações em campanhas eleitorais pode

Mais uma divergência aparece em meio à pandemia no "país do futebol". Ou da política.

Brasil é o país da diversidade - assim dizem. Mas pode ser chamado, também, de "país das divergências".

A pandemia não acabou, isso é fato. No entanto, há articulações quando existe convenções. Um assunto totalmente pautado no futebol brasileiro é a volta da torcida aos estádios. No entanto, a CBF já vetou essa possibilidade, pelo menos até momento.

Em meio à polêmica de protocolos de segurança contra a contaminação por Covid-19, a instituição e os clubes do Brasileirão acertaram que continuarão em contato com autoridades locais (prefeitos e governadores) para o retorno de público nos estádios. A ideia articulada é voltar no final de semana de 7 e 8 de ne novembro, quando tem início o segundo turno do campeonato.

A cada 15 dias a CBF e os clubes analisarão o cenário e o sucesso na conversa com os governantes. A data é trabalhada de forma uniforme: todos concordam que o campeonato deve ter uma metade com público (30% da capacidade). Contudo, isso dependerá do 'Ok' das autoridades de saúde.

O maior problema e entrave, é que são negociações com cada cidade, das 11 que recebem jogos de times da Série A. Pelo simples e lógico fato de não poder ter favorecimento para determinados clubes. Levando em consideração, também, as diferentes situações com relação a contaminação do novo coronavírus.

Antes de tudo, vale ressaltar que sou contra o retorno. No entanto, usarei uma retórica para tentar, ao menos, entender o que se passa no país.

Vivemos, ainda, em meio a uma pandemia. E justamente por isso a medida usada no futebol foi não colocar torcedores nos estádios - por conta de um possível poder de contaminação do vírus. Até aí tudo bem. Inclusive, vários políticos são favoráveis a tal argumento - ou eram.

Outro fator que podemos pontuar é de que não haveria um aparato e uma logística para que todo o protocolo rígido usado pelos jogadores, por exemplo, fosse feito com os torcedores. E isso já foi informado, inclusive.

Então, se pegarmos toda a lógica que gira em torno desse assunto complexo, podemos aplicá-la em outro. Não tão complexo; mas "mais flexível": as campanhas eleitorais pelo país.

A contradição começa quando não se pode aglomerar ou não podia. Pois estamos vendo, desde o último dia 27, aglomerações das mais diferentes formas: caminhadas, carretas e reuniões fechadas. Outra discordância é sobre a segurança do povo - pois aposto que, certamente, não estão seguindo nenhum protocolo. Principalmente de distanciamento social.

E para mim, a principal: incoerência. Vários políticos que antes clamavam pelo "fique em casa", pelo comércio fechado e vários outros tipos de argumentos; hoje estão em campanha e fazendo o contrário do que pregavam. Hipocrisia? Talvez. Ou certamente.

Portanto, vivemos em um mundo tão paralelo que ainda causa espanto tais atitudes. O jogo de interesses mais uma vez se faz presente. E quando se fala em política então, ele impera. Mais do mesmo no lugar dos mesmos.

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