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André Avlis

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Radialista, Cronista e Comentarista Esportivo!
Postada em 27/08/2020 07:22 | Atualizada em 27/08/2020 07:23

MUNDO: O futebol deveria seguir o exemplo do basquete; da NBA

"Sem justiça, sem NBA". Atletas paralisaram rodada de playoffs em protesto a mais um caso de violência policial que aconteceu no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Quadra na "bolha" vazia, com a frase 'Black Lives Matters' (Vidas Negras Importam).

  Dia de protestos e dia histórico na NBA. Jogadores fizeram um boicote, ontem (26), e três jogos da liga foram adiados.

Mais uma vez o racismo é mostrado e escancarado nos Estados Unidos. Desta vez no estado de Wisconsin. Um homem negro, Jacob Blake, foi baleado sete vezes por um policial branco. Segundo testemunhas, Jacob tentou separar uma briga de duas mulheres. Logo após, houve a ação violenta do policial. Outras informações dão conta de que seus filhos estavam na caminhonete quando tudo aconteceu.

Com o ocorrido - que não é nada isolado - os jogadores do Milwaukee Bucks, candidato ao título e sediado no mesmo estado, imediatamente informaram que não entrariam em quadra para enfrentar o Orlando Magic.

O protesto ganhou apoio de forma imediata. A associação de técnicos da NBA, o sindicato dos atletas e alguns astros, a exemplo de Lebron James, do Los Angeles Lakers, também manifestaram solidariedade e aderiram a paralisação.

E não parou por aí. A liga feminina de basquete, WNBA, também cancelou os jogos previstos para o dia. Junto da MLB, a liga norte-americana de beisebol, e Major League Soccer (MLS) fizeram o mesmo; cancelando suas respectivas rodadas.

Percebemos então, que a cultura das lutas nos Estados Unidos é diferente. A causa é legítima e levada à frente. Não só por mobilização, mas por organização. Algo que diz que não basta dizer que é antirracista, tem que combatê-lo.

Como cita um dos mais importantes na luta contra a escravidão no país, Frederick Douglas: "Sem luta, sem progresso". Um ensinamento atemporal desde a época da Guerra da Secessão e consequentemente a abolição da escravatura.

Exemplo seguido por Dr. Martin Luther King, Rosa Parks, Malcolm X, Stokely Carmichael, os Panteras Negra, Dorothy Counts, Angela Davis, entre outros. Que unem o passado e o presente na continuidade da mesma luta.

Um modelo de protesto firme, digno, justo. A busca constante pela igualdade e justiça. Onde a conduta é 'brigar' contra um genocídio secular. Antes, velado; hoje filmado. Daqueles que sabem quem são e de onde vieram.

No entanto, um lugar universal ainda venda os olhos para o racismo. Como se o "complexo de Morgan Freeaman" fosse seguido à risca. Típico de quem mascara algo recorrente, cotidiano, histórico. Sim, estou falando do Futebol.

É nele onde os casos de racismo são encarados com natuarlidade - ás vezes ou sempre até banalizados. Na ironia dos papéis invertidos, onde o oprimido é culpado e o opressor um mero descuidado. Típico de um lugar omisso. Onde não há posicionamento nenhum e onde acham que uma 'hashtag' resolve - hipócritas.

O futebol tem uma conduta contrária por ser ou ter se tornado um negócio - notoriamente. Onde a consciência social ou causas na maioria das vezes não se fazem presente. Pelo contrário, cada vez mais vemos o contrário ser visto. Triste, mas fato.

Portanto, vemos mais uma vez a disparidade de algo com consciência social e outra não - ou às vezes tendo. Infelizmente. Mas felizmente temos quem continue lutando. Sem medo, sem receio e sem pudor. Por puramente conhecer suas origens. Assim, vivemos a utopia de que o futebol um dia acorde  e siga o exemplo.

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