Um clássico centenário. Rivalidade. Tensão e pressão. Todos os ingredientes naturais do 'Derby Paulista'. Porém, foi adicionado - de forma estúpida, inclusive.

Enquanto os protagonistas do espetáculo descansavam, na noite que antecedia o clássico, vândalos invadiram a Arena Corinthians para pichar o gramado e uma das traves. As menções eram sobre a maior goleada (8x0) imposta pelo Palmeiras no clássico e outra atacando o goleiro Cássio, do Timão - o chamando de 'frangueiro'.

Sabe aquela frase, "O feitiço virou contra o feiticeiro"? Pois é.

Em campo, no primeiro tempo, um ritmo até interessante, considerando os mais de 100 dias sem jogos. No início, o Palmeiras teve algumas chances e se mostrava melhor em campo. Até os 14 minutos, quando aconteceu o gol do zagueiro Gil. Depois disso, o Corinthians começou a controlar o jogo e o time alviverde pecava na criação de jogadas.

Era o jogo de consciência tática corinthiano, contra a tentativa de se impor do time de palmeirense.

No segundo tempo, um Palmeiras melhor. Retendo mais a bola e conseguindo, enfim, criar jogadas perigosas. Porém, esbarrava na consistência tática, que é peculiar, do Corinthians. Marca registrada do time do Parque São Jorge.

Várias chances claras do Palmeiras apareceram, com as mudanças feitas. Foi aí que a magia aconteceu. Quer dizer, podemos chamar de feitiço. Com o time tendo pouca inspiração para criar jogadas e conseguir jogar, Cássio apareceu. Salvou o Corinthians mais de uma vez. Um gigante, literalmente, que aparece em jogos grandes.

Um pichamento que tornou-se tormento. Tendo em vista que quem falhou foi Weverton, goleiro do Verdão. Cássio mais uma vez foi brilhante e fundamental. O melhor da partida ao lado, em meu ver, de Fagner. O lateral foi impecável na parte tática e defensiva; sendo eficiente ofensivamente e autor do cruzamento para o gol da vitória.

Em resumo, o Corinthians mais uma vez foi cirúrgico. Soube aproveitar a chance que teve e mais uma vez foi brilhante em uma das suas principais características: defender o placar. Mostrando, inclusive, uma hegemonia recente. Nos últimos 12 jogos, são 8 vitórias, 2 derrotas e 2 empates. Já o Palmeiras, parece ter sentido a falta de Dudu, apesar de ter tido um volume melhor de jogo e chances de gols, faltou aquele algo mais.

Portanto, é a lição de que clássico não se ganha antes ou com tolices de provocações - clássico se ganha em campo. Jogando e vencendo. E talvez, fazendo feitiços. Como o 'feiticeiro' Cássio; que fez a mandinga tomar outro rumo - o contrário.