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Jacson Tigre

Sobre o autor

Escritor, Jornalista, Locutor Publicitário, Apresentador e Radialista Brasileiro DRT: 1096 Rádio e TV. Atualmente trabalha na Pajuçara FM Arapiraca.
Postada em 17/05/2018 23:27 | Atualizada em 17/05/2018 23:55

Chico Nunes: O Rouxinol da Palmeira dos Índios

"Francisco Nunes Brasil"

Falar sobre Chico Nunes é sempre legal, foi um cara simples e humilde mais cheio de talento, encantava a todos na linda Palmeira dos Índios. A vida desse poeta foi algo que qualquer ser humano hoje queria acompanhar de perto ou até mesmo viver o que ele viveu de forma intensa e verdadeira, quem ama ser simples de coração deve entender essa minha colocação.

Chico nasceu, viveu  e morreu na rua Pernambuco Novo, hoje honrosamente chamada "Rua Chico Nunes" uma homenagem justa a esse grande nome da cultura palmeirense. Um logradouro marcado pela simplicidade e a pobreza, vários bordéis ali situados, era o local perfeito e mais animado para quem queria uma boa noitada no centro da pequena cidade no tempo. 

A relatos que Chico Nunes certo dia bebia no Bar Rancho Fundo, um bar em uma situação não muito agradável mas para o poeta o lugar perfeito,  eram tempos medonhos e para arrumar dinheiro estava difícil na época e apesar de Chico ter fama de um tremendo galanteador não estava fácil arranjar uma boa mulher. 

Genésio Matos, dono do bar, aproximou-se, perguntando-lhe com interesse:

_ Qué que cê tem, Chico? Tá murcho.
_ Essa vida é uma merda, seu Genésio. Me dá um conhaque dupro aí.
_ Se cuida, Chico, a bebida tá te matando. Vai a um dotô, que ele te passa uns remédios. Cachaça, conhaque… tudo isso é veneno.

O poeta esqueceu os olhos na distância. Muita frustração e sentimento ruim deve ter passado por sua cabeça enquanto desferia vagarosamente:

"A medicina não cura
A dor da separação."

Seu Genésio Matos coloca a dose no balção e Chico sem pestanejar toma de uma só vez a cachaça e descarrega através de suas glosas o que estava sentindo naquele momento. 

Minha existência é de horror
Meu sofrer é sem segundo
Por que eu vivo no mundo
Sem pai, sem mãe, sem amor?
Sou um triste sofredor
Não tenho consolação
Vou carpindo a solidão
Sofrendo grande amargura…
E a Medicina não cura
A dor da separação.

Eu não tenho mais parente
Sou um vate desprezado
Além de míope, cansado
Rouco, enfadado e doente
Faço prece ao Onipotente
Pra me dar a salvação:
“Livrai-me da tentação
Tirai-me dessa amargura!”
E a Medicina não cura
A dor da separação.

Chico Nunes nasceu Francisco Nunes de Oliveira no dia 4 de maio de 1904, em Palmeira dos Índios, onde faleceu no dia 21 de fevereiro de 1953. Quando poeta famoso, mudou seu próprio nome para "Francisco Nunes Brasil", deixando posteriormente como Chico Nunes. Filho de José Nunes da Costa e Francisca Nunes de Oliveira. Chico Nunes se apresentava dessa forma por onde passava e mostrava todo seu talento de poeta repentista:

Sou naturá de Alagoas
Nasci para ser cantador
Francisco Nunes Brasi
Poeta improvisador.

Nós iremos falar mais sobre o grande poeta alagoano que tem seus versos inclusive comparados aos de Manuel Maria Barbosa du Bocage, maior representante do arcadismo lusitano, famoso poeta da língua portuguesa, pelo estilo imoral de suas poesias.

No próximo artigo vamos falar sobre o "Livro Chico Nunes das Alagoas"  escrito por Mário Lago um boêmio que chega em terras alagoanas e fica encantado com o talento de um outro boêmio, O ROUXINOL DA PALMEIRA. 

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