A Copa do Brasil é sem dúvida uma atração, principalmente para os clubes de menor expressão no cenário nacional. Além da possibilidade de revelar algumas joias para o futebol brasileiro, as cotas de participação, aliadas às arrecadações recordes diante dos considerados times grandes, fazem com que os dirigentes deem uma atenção maior por uma vaga na competição mais democrática do país.

Campeão alagoano em 2010, o Murici Futebol Clube conquistou o direito de participar da Copa do Brasil do ano seguinte e encarou o Flamengo logo na primeira fase. Assim que tomou conhecimento do adversário, a diretoria do Alviverde não pensou duas vezes e decidiu disputar a partida no Estádio Rei Pelé, distante cerca de 50 quilômetros do município da Zona da Mata alagoana.

Presidente do clube até hoje, Geraldo Amorim lembra da preferência por realizar o jogo em Maceió e garante que a decisão da diretoria foi um sucesso para as finanças do clube.

- Assim que soubemos que iríamos enfrentar o Flamengo, a diretoria se reuniu e todos decidimos fazer o jogo em Maceió. Além da capacidade maior do estádio, entendemos que a exposição do nosso clube no Rei Pelé seria muito mais rentável do que se nós jogássemos aqui mesmo em Murici. E realmente foi - relembra.

A partida disputada no dia 16 de fevereiro terminou com a vitória Rubro-Negra, por 3 a 0, com gols de Ronaldinho, Renato e Negueba. Com o triunfo por mais de dois gols de diferença, a equipe do técnico Vanderley Luxemburgo eliminou o jogo da volta e ainda ficou com 60% da renda líquida. O público pagante na noite da quarta-feira foi de 15.100 torcedores [o total foi 16.693 espectadores] e o valor total arrecado foi R$ 662.500,00.

Apesar de não ter garantido o duelo da volta, o presidente garante que os valores que ficaram com o Murici deram uma grande contribuição às finanças do clube.

- Infelizmente, não conseguimos fazer o segundo jogo e com isso só ficamos com 40% da renda. Mas, mesmo assim, o que ficou com a gente deu uma grande ajuda aos cofres do Murici. Conseguimos pagar várias despesas do time durante o Campeonato Alagoano daquele ano - salientou.

Em 2015, o Murici volta a Copa do Brasil depois de ter conquistado o primeiro turno do estadual no ano passado e vai encarar o Cuiabá na estreia da competição. Geraldão, como também é conhecido o presidente do clube alagoano, prega respeito ao Dourado, mas garante que já pensa na segunda fase, quando a equipe pode enfrentar o Vasco da Gama, que estreia contra o Rio Branco.

- O nosso objetivo é fazer um grande duelo contra o Cuiabá e, se tudo der certo, avançar. Respeitamos o time deles, mas não podemos deixar de pensar na possibilidade de passar de fase e enfrentar, quem sabe, o Vasco da Gama. Com isso, além do aumento na cota de participação [na primeira fase é de R$ 200 mil e na segunda de R$ 240 mil] teríamos ainda a possibilidade de atrair grande público ao estádio enfrentando um time de Série A - concluiu.

Do Globo Esporte AL