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Postada em 03/08/2025 11:06 | Atualizada em 03/08/2025 11:12 | Por Todo Segundo

Família de Gabriel Lincoln organiza ato contra atraso na entrega de laudos periciais

Protesto ocorrerá na porta do Instituto de Criminalística para cobrar agilidade nas perícias
Gabriel Lincoln,16 anos, foi morto durante ação da PM; família denuncia violência injustificada - Foto: Reprodução

A família do jovem Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, morto em maio deste ano durante uma perseguição da Polícia Militar em Palmeira dos Índios, informou que está se organizando para realizar uma grande manifestação na porta do Instituto de Criminalística do Estado de Alagoas, em Maceió. O protesto deve acontecer nos próximos dias e será um ato contra a demora na liberação de exames periciais fundamentais para o andamento da investigação, sobretudo o exame residuográfico.

“A paciência tem limite. Há um travamento inexplicável nesses exames, especialmente o residuográfico, que é fundamental para esclarecer o que aconteceu. É um exame importante, decisivo, e simplesmente não sai. Falam que a máquina quebrou, que o resultado sai em 15 dias, no próximo mês... e nada. Passa o tempo e nada acontece. A sensação que temos é de que estão empurrando o caso com a barriga”, desabafa um familiar, que pediu para não ser identificado, ao ser ouvido pelo Portal Todo Segundo.

Para os familiares, o caso é especialmente delicado por envolver a atuação de agentes públicos e estar sob apuração de órgãos que integram a própria estrutura do Estado. Embora os policiais militares não sejam os responsáveis diretos pela investigação, é o próprio Estado quem conduz o inquérito, o que gera desconfiança e sensação de impunidade. “O que estamos presenciando é o Estado defendendo o próprio Estado”, afirma.

Segundo Fernanda Ferreira, mãe de Gabriel, o sentimento da família é de abandono. “Estamos nos sentindo abandonados pelas forças de segurança pública do Estado de Alagoas. Não é justo o que estão fazendo com a memória do meu filho. Já são meses de espera, de desculpas, de silêncio. Não é assim que se faz justiça”, afirmou.

O exame residuográfico é decisivo para esclarecer se Gabriel chegou a disparar uma arma de fogo, como alegado pela polícia. A ausência desse laudo, meses após a morte do adolescente, alimenta desconfiança e revolta por parte da família, que denuncia morosidade e falta de transparência por parte do Estado.

Além do residuográfico, ainda está pendente um laudo de DNA que identificou material genético no gatilho da arma supostamente usada por Gabriel. No entanto, Fernanda já não tem mais esperança de que os prazos sejam cumpridos. “O que vemos é o Estado protegendo seus próprios agentes. Porque quem matou meu filho tem farda?”, questiona.

A manifestação será pacífica, mas com o objetivo claro de pressionar o Instituto de Criminalística e chamar a atenção da opinião pública. Organizações ligadas aos direitos humanos e movimentos sociais devem ser procuradas pela família e também devem se somar à mobilização. A data do protesto será divulgada em breve.

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