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Alagoas
Postada em 06/06/2025 18:31 | Atualizada em 06/06/2025 18:33 | Por Todo Segundo

Em Alagoas, católicos perdem fiéis enquanto evangélicos avançam

Católicos recuaram de 72,6% para 64,2% em 12 anos; evangélicos saltaram de 15,7% para 22,9%
Em Alagoas, católicos perdem fiéis enquanto evangélicos avançam, aponta IBGE - Foto: Reprodução

Alagoas segue majoritariamente católica, mas o número de evangélicos cresce de forma expressiva, revelam os dados preliminares do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa traçou um retrato da religiosidade no estado, apontando tendências que refletem mudanças culturais e sociais.

De acordo com o levantamento, 64,2% da população alagoana com 10 anos ou mais se declarou católica, o que representa aproximadamente 1,7 milhão de pessoas. Ainda que continue sendo a fé mais popular, o percentual caiu em relação ao Censo de 2010, quando os católicos representavam 72,6% da população.

No outro extremo, o número de evangélicos disparou. Em 2010, eles eram 15,7% da população, e agora já somam 22,9% — mais de 609 mil pessoas. É um crescimento que acompanha a tendência nacional: no Brasil como um todo, os evangélicos representam 26,9% da população.

A pesquisa também apontou crescimento das religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, que passaram de 0,08% para 0,40% em Alagoas entre 2010 e 2022. Em números absolutos, o total de adeptos saltou de pouco mais de 2,1 mil para 10,6 mil pessoas.

Outro destaque é o grupo dos que afirmam não ter religião — formado por ateus, agnósticos ou pessoas que simplesmente não se identificam com nenhuma crença — que somam 9,31% da população alagoana, cerca de 247,8 mil pessoas. O percentual é ligeiramente inferior ao registrado em 2010 (9,45%).

Diversidade em crescimento

O grupo classificado como “outras religiosidades” também cresceu, passando de 1,38% para 2,31% em 2022, englobando mais de 61 mil pessoas no estado. Essa categoria abrange religiões tão variadas quanto testemunhas de jeová, católicos ortodoxos, judeus, islâmicos, budistas, hinduístas, tradições esotéricas, religiões ayahuasqueiras e até declarações múltiplas ou indefinidas de fé.

Já as religiões de tradição indígena, que não foram mapeadas no Censo 2010, apareceram pela primeira vez em 2022, reunindo 0,11% da população — cerca de 3 mil pessoas.

Transformações na fé

Esses números refletem transformações significativas na religiosidade alagoana ao longo dos últimos anos. Enquanto o catolicismo apresenta queda, os evangélicos se expandem e ocupam cada vez mais espaço no cenário religioso do estado.

Para especialistas, esse movimento pode estar relacionado a fatores como a urbanização, a capilaridade das igrejas evangélicas nas periferias, o discurso de acolhimento e a forte presença midiática, que ampliam a visibilidade e o alcance das denominações.

O Brasil também muda

A nível nacional, o catolicismo segue em queda (56,7% da população), enquanto evangélicos (26,9%), religiões afro-brasileiras (1%) e pessoas sem religião (9,3%) apresentaram crescimento.

Como foi feita a pesquisa

O levantamento faz parte da divulgação “Censo Demográfico 2022: Religiões – Resultados Preliminares da Amostra”. Os dados consideram a população com 10 anos ou mais, analisando também cor ou raça, sexo, idade, alfabetização, nível de instrução e outras características dos moradores.

Os resultados detalhados podem ser consultados no site do IBGE e no Sidra, a plataforma de estatísticas da instituição.

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