O Todo Segundo com O Dia Palmeira

Em entrevista ao Jornal O Dia Palmeira o sociólogo Adalberon de Sá Júnior fez uma avaliação das eleições municipais e explicou porque colocou seu nome como pré-candidato a prefeito de Palmeira dos Índios. Abaixo, a íntegra da entrevista, que foi concedida ao jornalista Deraldo Francisco.

Como você avalia o ano eleitoral e a disputa em Palmeira?

Este ano será decisivo para nossa cidade. Devemos lembrar que Palmeira precisa de mais que um mero confronto entre situação e oposição. Precisamos gerar a oportunidade de debater nossa cidade de forma mais ampla, olhando para suas potencialidades e dificuldades, reconhecendo onde avançamos sem ignorar o que precisa ser feito.

Por que o senhor se coloca como pré-candidato a prefeito?

Penso que não têm legitimidade para defender uma verdadeira mudança pessoas que estão ou já estiveram no exercício de um mandato. Acho que eles já tiveram suas oportunidades. Por isso considero que o candidato da terceira via seja alguém que não tenha mandato eletivo, teria mais legitimidade. As pessoas estão cansadas. É muito comum ouvir nas ruas que só alguém novo poderá fazer as mudanças que precisamos. Quero me propor a contribuir com a cidade, com esse projeto, sem a preocupação desesperada de ganhar ou perder.

O fato de ser um nome novo e relativamente desconhecido, não lhe desmotiva na disputa?
Não! O que me motiva não é a certeza de ganhar as eleições. O que me move de verdade é o senso de obrigação que eu tenho com nossa cidade e com as futuras gerações. É preciso pensar para além das eleições, pensar Palmeira numa perspectiva de futuro. Construir uma proposta de gestão que projete a cidade para os próximos 10 ou 20 anos. As últimas gestões cuidaram dos problemas imediatos, mas a falta de planejamento não permitiu que pensassem no futuro. É preciso encontrar um equilíbrio entre o presente e o futuro na gestão. Sinto-me à vontade para representar esse projeto e quero fazer isso com o apoio dos que pensam asssim.

Unir a oposição seria o caminho?
Certamente. Um consenso seria o grande presente para a cidade. Temos conversado com todos os outros pré-candidatos. Mas temos que levar em conta que em alguns

momentos unir propostas e aliados tão diferentes pode ser uma missão quase impossível. Pode tornar incoerente a proposta que estamos defendendo. Não se trata apenas de tomar o poder. Queremos mudar a forma de lidar com ele. Não é só mudar os personagens, precisamos alterar o modelo de fazer política.

A campanha este ano será mais curta, apenas 45 dias. Será tempo suficiente para mostrar isso ao eleitor?
Com certeza. O tempo será curto, mas faremos um esforço para promover uma importante reflexão na cidade. Qual é a Palmeira que nós queremos? Vamos mostrar que é possível fazer política de modo diferente, longe da corrupção e respeitando o povo, que é quem detém poder maior, só é preciso ajudar as pessoas a fazerem essa reflexão e colocar isso a seu favor. Talvez muitos digam que isso é um sonho. E é mesmo. A diferença é que vamos tratar o sonho como algo que ainda não está realizado. E sim, nós podemos juntos sermos as ferramentas para a realização desse sonho. Quem tem que ganhar a eleição é a sociedade, e não a força do marketing ou a tradição política, ou as alianças com A ou B.

E qual é a Palmeira dos Índios que você pensa no futuro?
Eu nasci e cresci aqui, filho de pessoas simples, que até hoje dedicam seu dia a dia a trabalhar aqui. Mas precisei sair para estudar, como tantos jovens fazem até hoje. Mas não tenho vergonha disso. Onde passei e nos cargos que ocupei, honrei o nome de Palmeira. Precisamos construir uma cidade que saiba administrar os talentos jovens que possui. Temos uma vocação educacional importantíssima, escolas reconhecidas no Estado inteiro, nos tornamos um polo universitário estratégico para a região. É preciso criar oportunidades para que nossos jovens tenham em Palmeira o seu futuro e com isso sejam os protagonistas do futuro da cidade. Assim, teremos mais profissionais que amam a sua cidade e que se dedicam por ela, porque encontraram nela o seu futuro. Isso também é papel do poder público. Com bons profissionais, uma gestão eficiente e moderna, podemos atrair desenvolvimento. Teremos ainda mais orgulho de pertencer a este lugar e faremos daqui um destaque para o Estado.

Precisamos arregaçar as mangas e assumir o controle dos destinos do nosso município. Temos que nos envolver, participar, sugerir, propor as mudanças que queremos e fazer parte delas. É preciso que os homens e mulheres de bem e honrados de nossa Palmeira tenham a coragem de construir um novo capítulo da nossa história, dando um basta nessa forma velha de fazer política que não pensa na cidade e no seu povo, mas pensa somente em se beneficiar do poder. E é só agindo que faremos as mudanças acontecerem!