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Brasil
Postada em 30/06/2016 16:46 | Por Todo Segundo

Carlinhos Cachoeira e ex-diretor da Delta chegam ao Rio após prisão

Empresário e Cláudio Abreu foram detidos em operação da PF e do MPF. Objetivo é prender envolvidos em desvios e lavagem de R$ 370 milhões.
Carlinhos Cachoeira e ex-diretor da Delta chegam ao Rio após prisão - Foto: Divulgação
no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, chegaram ao Rio na tarde desta quinta-feira (30). Eles foram presos na Operação Saqueador pela manhã, nos condomínios de luxo em que moram, em Goiânia, e foram levados para a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária.

Realizada pelo Ministério Público Federal e pela PF, a operação tem como objetivo prender pessoas envolvidas em um esquema de lavagem de R$ 370 milhões desviados dos cofres públicos.
   
Segundo a assessoria da companhia aérea Azul, o voo em que Cachoeira estava pousou no Rio às 14h57. O empresário não saiu pela porta de desembarque, como os outros passageiros.

Também são alvo da operação o empresário Adir Assad, que já estava em prisão domicilar; o dono da empresa Delta Construções, Fernando Cavendish, que está no exterior; e o empresário Marcelo José Abbud, também fora do país.

A PF avalia a possibilidade de acionar a Interpol para localizar Cavendish, que está na Europa desde 22 de junho em viagem familiar, mas por volta das 11h aguardava o contato do advogado do empresário para saber se ele poderia ser considerado foragido. A assessoria de imprensa de Cavendish disse que vai se manifestar ainda nesta quinta.

Abbud também não foi localizado no prédio em que vive, em São Paulo. Segundo a PF, ele viajou para o exterior na sexta (24), mas seu advogado afirma que o empresário vai se apresentar.

Advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões disse que ficou sabendo da prisão no início da manhã, após uma ligação da esposa do cliente, Andressa Mendonça. Ele informou que irá se inteirar do caso para se pronunciar.

Já o advogado de Cláudio Abreu, Fabrício Correia de Aquino, informou ao G1 que embarca nesta noite ao Rio de Janeiro. Ele só vai se pronunciar após tomar conhecimento sobre o caso.

Mandados
Assad, que já cumpria prisão domiciliar após ter sido condenado a 9 anos e 10 meses na Operação Lava Jato, também foi preso. Ele é suspeito de participar da montagem de empresas de fachada para lavar o dinheiro desviado.

Há ainda um mandado para prender Fernando Cavendish, responsável por diversas obras públicas na Delta Construções, como a reforma do estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, por meio das quais os recursos foram desviados.

Por volta das 7h, a PF esteve na casa de Cavendish, mas os agentes descobriram que empresário está no exterior. A residência do empresário fica na Rua Delfim Moreira, no Leblon, um dos endereços mais caros do Rio. Os policiais chegaram ao local por volta das 6h25.

Segundo o Ministério Público Federal, dentre os denunciados estão executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.

Lavagem de dinheiro
O MPF descobriu que, entre 2007 e 2012, quase 100% do faturamento da Delta veio de contratos públicos, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões. Conforme os investigadores, desse total, mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados "operadores" do esquema.

De acordo com o MPF,  todos os pagamentos a fornecedores eram de responsabilidade do setor administrativo e financeiro da matriz da Delta, sediada no Rio de Janeiro. No entanto, os escritórios e centros de custo dos membros do conselho e dos diretores regionais realizaram despesas com diversas empresas de fachada.

Conforme a investigação, foram utilizados 116 centros de custo vinculados a escritórios regionais e obras da empreiteira em todo território nacional, para o repasse direto e indireto de verbas ilícitas.

Rastreando os pagamentos feitos pela Delta às empresas de fachada, o MPF verificou um aumento significativo dos valores das transferências em anos de eleições.

O MPF pede a condenação de todos os envolvidos pela prática de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de chefiar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás, Cachoeira já havia sido preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal. Ele ganhou liberdade em 11 de dezembro do mesmo ano.

A operação revelou ligação entre o contraventor e o ex-senador goiano Demóstenes Torres (DEM). De acordo com o MPF, o ex-parlamentar é acusado de prática de corrupção e advocacia administrativa em favor de Cachoeira. Ele teve o mandato cassado.

Desde então, Cachoeira já foi condenado pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. A última condenação foi no dia 23 de setembro, por violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão. Ele responde aos crimes em liberdade.

Do G1

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