O ex-senador petista Delcídio do Amaral apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o comandante do esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pelas investigações da Operação Lava Jato.

Delcídio confirmou a informação em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, feito entre a última quarta-feira (31) e a quinta-feira (1º), de acordo com o site da revista Veja.

O ex-parlamentar disse que o petista dividiu as diretorias da Petrobras entre os aliados em troca de apoio no Congresso Nacional.

Lula, segundo Delcidio, teria cuidado pessoalmente do loteamento dos cargos na estatal e sabia que os partidos políticos utilizavam os cargos para cobrar propina das empreiteras.

O objetivo era financiar o caixa das legendas, sobretudo para bancar campanhas eleitorais.

Delcídio teria dito aos procuradores que a ação coordenada pelo governo mirava comprar apoio na Câmara e no Senado com propina desviada de contratos da Petrobras.

O ex-senador informou que o ano de 2005 foi um divisor de águas no esquema de corrupção da Petrobras. Havia, segundo Delcídio, pequenos focos de corrupção dentro da estatal até aquele ano, mas, após o escândalo do mensalão estourar, Lula teve de reorganizar a base do governo para escapar do impeachment. Em troca, abiu ainda mais espaço para PMDB e PP na estatal.

A partir de 2005, portanto, a corrupção passou a ser sistêmica. Para Delcidio, nenhum outro presidente brasileiro usou tanto a Petrobras politicamente como Luiz Inácio Lula da Silva, que despachava pessoalmente com diretores da empresa.

Delcidio do Amaral foi preso no final de 2015 depois de tentar comprar o silêncio do ex-diretor internacional da empresa Nestor Cerveró, que negociava uma delação premiada e ameaçava revelar segredos que, supostamente, poderiam incriminar caciques do PT. Em fevereiro deste ano, Delcídio do Amaral foi solto após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

A defesa de Lula não se pronunciou à revista depois da publicação da reportagem.

Do R7