Dólar hoje 6,017
21° C em Arapiraca, AL Tempo limpo
Brasil
Postada em 15/09/2014 11:10 | Atualizada em 15/09/2014 15:55 | Por Todo Segundo

Operação conjunta busca prender 24 PMs suspeitos de corrupção

Policiais controlavam transporte irregular e venda de produtos piratas. Um dos detidos é o chefe do Comando de
Operação conjunta busca prender 24 PMs suspeitos de corrupção - Foto: Divulgação / Secretaria de Segurança

Uma operação para prender 24 policiais militares suspeitos de participarem de um esquema de propinas na Zona Oeste do Rio é feita nesta segunda-feira (15) em vários pontos da cidade. A ação, batizada de Operação Amigos SA, é comandada por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, e conta com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar, e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, e visa cumprir ao todo 25 mandados de prisão e 43 mandados de busca e apreensão. Às 10h, 21 pessoas já tinham sido presas, inclusive o ex-comandante coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, que é o chefe do Comando de Operações Especiais (COE) da PM.

O oficial é considerado o terceiro homem na hierarquia da PM e foi preso em casa no Leme, Zona Sul do Rio. Outro oficial que teve a prisão confirmada é o major Carlos Alexandre de Jesus Lucas, também lotado no COE. Na casa de outro oficial, o major Edson Alexandre Pinto de Góes (coordenador de Operações), os agentes encontraram uma grande quantia em dinheiro. O oficial não foi encontrado no local.

Segundo nota do MP, os PMs integravam o 14° BPM (Bangu), inclusive os integrantes do Estado-Maior, e exigiriam pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão. As propinas variavam entre R$ 30 e R$ 2,6 mil e eram cobradas diária, semanal ou mensalmente, como garantia de não reprimir qualquer ação criminosa, seja a atuação de mototaxistas, motoristas de vans e kombis não autorizados, o transporte de cargas em situação irregular ou a venda de produtos piratas no comércio popular de Bangu.

Os mandados de prisão contra os PMs foram expedidos após denúncia encaminhada pelo GAECO à 1ª Vara Criminal de Bangu. Entre os denunciados estão seis oficiais que eram lotados no 14° BPM (Bangu): o ex-comandante coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira e o ex-subcomandante major Carlos Alexandre de Jesus Lucas – ambos lotados atualmente no Comando de Operações Especiais –, os majores Nilton João dos Prazeres Neto (chefe da 3ª Seção) e Edson Alexandre Pinto de Góes (coordenador de Operações), além dos capitães Rodrigo Leitão da Silva (chefe da 1ª Seção) e Walter Colchone Netto (chefe do Serviço Reservado). Também são acusados de integrar a quadrilha 18 praças e um civil.

Ainda de acordo com a nota do Ministério Público, entre 2012 e o segundo semestre de 2013, os acusados e mais 80 pessoas, entre os quais policiais do 14° BPM, da 34ª DP (Bangu), da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), além de PMs reformados, praticavam diversos crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público) na área de atuação do 14° BPM.

De acordo com a denúncia, baseada em depoimentos de testemunhas, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial que compõem mais de 20 volumes de inquérito, “o 14° BPM foi transformado em um verdadeiro ‘balcão de negócios’, numa verdadeira ‘sociedade empresária S/A’, em que os ‘lucros’ eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo, sendo que a principal parte dos ‘lucros’ (propinas) era repassada para a denominada ‘Administração’, ou seja, para os oficiais militares integrantes ‘Estado Maior’, que detinham o controle do 14º BPM, o controle das estratégias, o controle das equipes subalternas e o poder hierárquico”.

O MP informou que os acusados responderão na 1ª Vara Criminal de Bangu pelo crime de associação criminosa armada, que não consta do Código Penal Militar. A pena é de dois a seis anos de reclusão. Os integrantes da quadrilha também serão responsabilizados pelo Ministério Público pelos diversos crimes de concussão, que serão apurados pela Auditoria de Justiça Militar estadual.

Do G1

 

Comentários

Utilize o formulário abaixo para comentar.

Ainda restam caracteres a serem digitados.
*Marque Não sou um robô para enviar.
Compartilhe nas redes sociais:

Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.


Instagram