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Postada em 12/01/2016 18:57 | Por Todo Segundo

Oposição e governo articulam por comando de comissões

Aliados Eduardo Cunha dominaram comando de colegiados e 2015
Oposição e governo articulam por comando de comissões - Foto: EBC
Líderes partidários preveem uma disputa mais acirrada pelo comando das principais comissões permanentes da Casa em 2016 e com menos influência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O colegiado mais cobiçado é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em 2015, aliados de Cunha ocuparam as principais comissões da Câmara.

A renovação do comando das comissões temáticas só acontecerá após o carnaval, mas Cunha já anunciou que só fará eleições quando o Supremo Tribunal Federal (STF) esclarecer alguns pontos levantados após o julgamento do rito de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista alega que não ficou claro se poderá haver eleição com voto secreto nas comissões permanentes e se candidaturas avulsas poderão ser apresentadas, como estabelecido para o caso do pedido de afastamento de Dilma.

A oposição acredita que vive seu melhor momento em 14 anos, o que poderá levar o grupo a lançar candidaturas próprias para os postos-chave da Casa.  

— A oposição tem de avaliar o momento, aproveitar o fortalecimento do bloco e o enfraquecimento do governo. Negociando ou disputando, que aumente seu cacife no comando das comissões — avalia o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

Líderes da oposição tentam se descolar de Cunha, enrolado na Operação Lava Jato.

— Todos nós vamos buscar um novo caminho. É importante que não seja o caminho do Eduardo Cunha, que não tenha vinculação com o esquema montado por ele (para conseguir a presidência da Casa) — afirma o líder do PPS Rubens Bueno (PR).

O lado governista também espera uma disputa maior entre oposição e governo pelas comissões estratégicas.

— Vai ter muita reivindicação de comissão — diz o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).

Os petistas colocaram como prioridade para este ano a reconstrução da base aliada. Se conseguirem reaglutinar forças, terão mais cacife para influenciar a definição sobre o comando das comissões.

— Tudo vai depender de como as coisas estarão em março. Vai depender também do que o STF vai decidir (sobre o futuro de Cunha) — avaliou o deputado Paulo Pimenta (RS), outro candidato a líder do PT na Casa.

CMO
A briga pela repartição das 23 comissões permanentes entre os partidos na Câmara deverá coincidir com o período em que a Comissão Mista do Orçamento (CMO) do Congresso elegerá seu novo presidente. Na comissão, já se sabe que a presidência este ano ficará entre os deputados.

Pelo rodízio, conforme a proporcionalidade das bancadas, a senadora Rose de Freitas (PMDB-RS) deverá ceder o posto para um deputado do PT e o PMDB do Senado indicará o relator do Orçamento de 2017.

— Ainda não definimos o nome — disse o atual líder do PMDB partido no Senado, Eunício Oliveira (CE).

A eleição para a CMO, contudo, só deve ocorrer no fim de março ou início de abril. O rodízio vai beneficiar o governo, porque caberá ao presidente do colegiado escolher o relator das contas da presidente Dilma Rousseff em 2015.

Questionamentos sobre a gestão das contas do governo no ano passado embasaram a decisão de Eduardo Cunha de admitir a abertura do processo de impeachment contra Dilma.

— Ainda não paramos para discutir o nome do novo presidente, mas sabemos da importância do cargo — disse o petista Paulo Pimenta, atual líder do governo na comissão.

Diário do Poder informações da Agência Estado
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