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Brasil
Postada em 13/03/2016 09:05 | Por Todo Segundo

PMDB aprova não assumir ministérios até decidir se deixa governo

Mauro Lopes disse que definirá com Temer se chefiará Aviação Civil
PMDB aprova não assumir ministérios até decidir se deixa governo - Foto: Divulgação
O PMDB decidiu, em convenção do partido neste sábado (12), que a legenda não assumirá ministérios até definir se romperá ou não com o governo Dilma Rousseff. O PMDB definirá, em até 30 dias, se vai se tornar independente.

Depois de manifestações de peemedebistas para que o partido não assuma ministérios no governo Dilma nos próximos dias, o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), convidado para assumir a Secretaria de Aviação Civil (SAC), disse ao G1 que definirá com o vice-presidente Michel Temer, na segunda-feira (14), se chefiará a pasta.

"Hoje não toco neste assunto. À tarde, temos eleição da executiva. Depois da executiva é que vou definir [sobre a SAC], junto com Michel Temer, na segunda-feira", afirmou.

O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha, secretário-executivo do PMDB, submeteu a votação simbólica no plenário uma moção para que o PMDB não assuma cargos nos próximos 30 dias – prazo para que seja definido se o partido romperá ou não com o governo Dilma Rousseff.

“Recebi do presidente Michel Temer a informação que ele conversou com o PMDB de Minas Gerais e o PMDB de Minas disse que não via óbice a que fosse submetido a votação”, disse Padilha, antes da votação.

Mauro Lopes criticou as votações propostas por Padilha durante a convenção. "Isso é oba oba. Não serve de deliberação. É proposta convencional. Não tem validade essas deliberações que o Padilha está fazendo. Está usurpando. É usurpação de poder", afirmou o deputado.

Atualmente, a Secretaria de Aviação Civil é chefiada por Guilherme Ramalho, ministro interno, que assumiu após a saída de Padilha, em dezembro do ano passado. A pasta foi oferecida à bandada de Minas Gerais do PMDB na Câmara dos Deputados durante a eleição do líder do partido, Leonardo Picciani, no início deste ano. Picciani era o nome apoiado pelo Palácio do Planalto, que temia a vitória de Hugo Motta (PMDB-PB), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara.

Após a eleição da Executiva Nacional do PMDB, o ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha disse que a decisão do partido de não aceitar ministérios nos próximos 30 dias é um gesto de “respeito” com o governo Dilma Rousseff.

“Não vamos indicar alguém que podemos ter que mandar sair daqui a 30 dias”, disse. Assim como afirmou Moreira Franco, Padilha também destacou que Temer não deixará a vice-presidência da República se o PMDB romper com o governo.

Ele disse ainda que a decisão de se posicionar sobre o afastamento em 30 dias vem de um processo de “desgaste político interno em relação à participação no governo”.  “Será que trai quem resolve ser sincero? Quando se vai para uma DR não é melhor falar abertamente”, disse Padilha, ao ser questionado se o rompimento não poderia ser visto como traição pelos petistas.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), questionado sobre se a situação atual é o fim do governo Dilma, respondeu: "eu diria que é um bom começo para o PMDB". Neste sábado, Mauro Lopes foi escolhido secretário-geral do partido, o que já o impediria de assumir um ministério. "Num gesto de desprendimento e visando esse posicionamento do partido, anunciou que não aceitaria mais indicação de ministério", disse Jucá

Ex-ministro de Dilma Rousseff, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, afirmou que todos os peemedebistas que ocupam ministérios e outros cargos no governo terão que deixar suas funções se, em 30 dias, o partido decidir romper com o PT. Ele ressalvou, porém, que Temer continuará na vice-presidência da República, ainda que o PMDB desembarque do governo Dilma.

“Os companheiros terão que sair dos cargos ou serão ‘saídos’ do PMDB, se for decidido pelo rompimento. A vice-presidência só tem, de fundo, uma função, que é substituir a presidente da República. Ele [Temer] fica como está”, disse.

Questionado se o fato de todos os discursos proferidos na convenção serem contrários ao governo demonstra uma tendência de rompimento, Moreira Mendes disse: “Você já respondeu à pergunta”.

Do G1
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