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Brasil
Postada em 20/07/2015 14:29 | Por Todo Segundo

Temer classifica de "crisezinha" rompimento de Cunha com o Planalto

Presidente da Câmara anunciou que fará oposição ao governo Dilma. Temer citou “embaraços” e avaliou que crise será superada “brevemente”
Temer classifica de "crisezinha" rompimento de Cunha com o Planalto - Foto: Reprodução/TV Globo
Responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, o vice-presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (20), em Nova York (EUA), que há uma “crisezinha” no Brasil após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar “rompimento” com o governo da presidente Dilma Rousseff.

Na última sexta-feira (17), Cunha anunciou o rompimento com o governo e disse que passaria a atuar como opositor à gestão Dilma Rousseff. O deputado, porém, disse que a “relação institucional” não será “afetada”.

A agenda de Temer em Nova York nesta segunda teve um discurso do vice-presidente a investidores.  Ele comentou o rompimento de Cunha com o governo ao ser questionado pela repórter Lília Teles, da TV Globo, sobre o tema. A repórter citou o discurso do vice-presidente aos investidores nos EUA, no qual Temer afirmou que o Brasil não enfrenta uma crise política. "Mas gente sabe que existe ali uma questão. Nesse momento, Eduardo Cunha retirou o apoio ao governo. A sua opinião é bem contrária a de Eduardo Cunha", disse a repórter.

Temer, então, respondeu: “Na verdade, até existe [no país] uma crisezinha política por causa da posição do presidente Eduardo Cunha, mas crise institucional não existe. Quando eu falo na crise institucional e a diferencio da crise política é para revelar que o país vive, de qualquer maneira, tranquilidade institucional, apesar de todos os embaraços”.

O anúncio de Cunha de que passaria para a oposição ocorreu um dia após o consultor da empresa Toyo Setal Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmar à Justiça Federal do Paraná que o deputado pediu propina de R$ 5 milhões, o que o peemedebista nega. Cunha acusou o Palácio do Planalto de ter se articulado com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para incriminá-lo na Lava Jato.

Presidente nacional do PMDB, Temer avaliou também que o momento é de “pensar no Brasil” e, para ele, os recentes “incidentes” no cenário político não podem abalar a confiança dos demais países no Brasil.

Ao enfatizar que há crise política e não institucional no país, o vice-presidente da República defendeu que o Planalto mantenha o diálogo com o Congresso Nacional. Temer declarou ainda não ter “preocupação” com o atual cenário e disse acreditar que a crise política será superada “brevemente”.

Assim como na nota divulgada pelo PMDB na sexta, Temer avaliou que a decisão de Cunha foi "pessoal". "Ele [Cunha] até fez questão de registrar esse fato. Posição exclusivamente pessoal, primeiro ponto. Segundo ponto, o partido [PMDB] já se manifestou, dizendo que se tratando de uma questão pessoal, podendo vir a ser avaliada, mas não significa o afastamento do PMDB? Significa sim, o afastamento dele, nada mais do que isso", afirmou.

Coordenação política
Após a reunião da coordenação política do governo, grupo que reúne a presidente Dilma Rousseff e os ministros mais próximos dela, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o Palácio do Planalto fará “tudo ao alcance” para garantir “relações harmoniosas” com o Congresso Nacional após Cunha anunciar rompimento com o Executivo.

"Partindo do pressuposto ou das premissas de qualificação, inteligência e da própria menção do presidente Eduardo Cunha, as relações serão normais entre o poder Legislativo e o Executivo. Nós, do Executivo, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, e o Legislativo também, para que as relações sejam harmoniosas. Agora, isso não significa concordância em 100% daquilo que for objeto de discussão", afirmou Padilha em entrevista no Palácio do Planalto.

Ao falar sobre as relações entre o Planalto e o presidente da Câmara e as consequências do rompimento para o segundo semestre, Padilha defendeu “incrementar” o processo de articulação política do governo e avaliou que Cunha se pautará pelos “interesses da nação”.

Do G1
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