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Política
Postada em 14/07/2025 10:00 | Atualizada em 14/07/2025 10:02 | Por Todo Segundo

JHC pode manter tradição de ex-prefeitos se selar acordão com Renan Filho para 2026

Recuo de JHC se soma a trajetória de prefeitos que evitaram embates com a elite política estadual
JHC pode manter tradição dos ex-prefeitos e, com acordão nos bastidores, não disputar o governo - Foto: Ascom

Caso o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), desista oficialmente da disputa pelo Governo de Alagoas em 2026, ele não estará inaugurando um novo comportamento político — pelo contrário. Estará repetindo um padrão que se consolidou nas últimas duas décadas entre os chefes do Executivo da capital alagoana: a preferência por concluir o segundo mandato, sem se arriscar numa candidatura ao Palácio República dos Palmares.

Nomes como Ronaldo Lessa, Kátia Born, Cícero Almeida e Rui Palmeira seguiram esse roteiro. Todos exerceram dois mandatos consecutivos em Maceió e, mesmo com grande visibilidade e apoio popular em parte de suas gestões, optaram por não enfrentar o desafio de uma candidatura ao governo estadual enquanto ainda estavam no cargo ou imediatamente após deixá-lo.

Agora, o nome de JHC se soma a essa lista, em meio a rumores de um “acordão” de bastidores com o ministro dos Transportes e ex-governador Renan Filho (MDB), já lançado como pré-candidato do grupo governista. Segundo aliados dos dois lados, a possível aliança envolveria compromissos administrativos, sustentação institucional mútua e, principalmente, a retirada de JHC da corrida pelo Palácio dos Palmares.

A negociação — ainda não confirmada oficialmente — favoreceria o projeto de poder do MDB no estado, que já comanda o governo com Paulo Dantas e prepara o retorno de Renan Filho ao comando do Executivo. Em contrapartida, JHC preservaria sua gestão na capital, considerada bem avaliada, e manteria sua estrutura política para alçar voos futuros, seja no Senado, em uma candidatura nacional, ou mesmo em uma tentativa estadual mais à frente, sem o risco de derrota prematura.

A postura de concluir os dois mandatos sem buscar o governo estadual parece uma “marca” informal dos prefeitos de Maceió. Ronaldo Lessa chegou a ser governador, mas após sua passagem pela prefeitura. Kátia Born, primeira mulher a comandar Maceió, também se manteve fora das disputas ao governo. Cícero Almeida chegou a ser cotado em várias eleições, mas recuou. Rui Palmeira foi pressionado, sondado por partidos e teve bons índices de aprovação, mas preferiu não entrar na disputa em 2018.

A tendência revela o peso da responsabilidade de gerir Maceió e a dificuldade em romper com estruturas mais amplas de poder político estadual — frequentemente dominadas por grandes grupos, como os liderados por Renan Calheiros e seus aliados.

Para um integrante do núcleo político de JHC, a eventual desistência do prefeito pode ser tanto uma sinalização de pragmatismo quanto uma estratégia de preservação. “Ele sabe que enfrentar o MDB, com a máquina estadual e o apoio do governo federal, não é uma missão simples. E se o ‘acordão’ com Renan Filho se concretizar, ambos ganham tempo, evitam desgaste e mantêm musculatura política para o futuro”, avalia o aliado, sob condição de anonimato.

Por enquanto, nem o PL nem o MDB confirmam oficialmente a composição. Mas a postura de JHC — menos inflamado em críticas ao governo estadual nos últimos meses e mais focado em ações administrativas — já é interpretada como um indício de que a eleição de 2026 pode mesmo manter viva a tradição dos prefeitos de Maceió: terminar o segundo mandato e evitar a disputa direta pelo governo.

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