Por Deraldo Francisco

Será que o prefeito Júlio Cezar vai chegar aos “100 Dias de Governo” sem um líder na Câmara de Vereadores? Esse prazo termina na próxima segunda-feira, dia 10. É bem verdade que esse assunto não está tirando o sono do prefeito. Até porque, ele tem que pensar muito, ouvir muito e ponderar muito para acertar no nome. Mas, com calma. Sem sangria desatada.

Por enquanto, está funcionando o processo de “exclusão”. O primeiro a ser excluído foi o vereador Agenor Leôncio. Alinhado com o prefeito, marchou de braços dados na campanha mas, liderou o G6 – grupo formado por seis vereadores que, com ele candidato à presidência, concorria à Mesa Diretora. Trânsito livre neste grupo, mas interditado no G9, formado pelos vereadores de oposição a Agenor.

Não fica bem para um líder estar em rota de colisão com a Câmara. Principalmente porque este grupo foi eleito para o comando da Casa. A bem da verdade, a situação de Agenor não reúne os requisitos para que ele seja o líder do prefeito. Ele não será líder do prefeito, mas continua morando no coração de Júlio Cezar.

Outro vereador que estava bem na fita para seu o líder do prefeito e era tido e reconhecido como a pessoa certa para o cargo é Fabiano Gomes. Ele era cotadíssimo até quarta-feira, dia 5, quando “meteu os pés pelas mãos” em declarações na tribuna da Câmara. Com isso, ele não foi excluído. Ele se excluiu. Fabiano Gomes disse que tinha a esposa nomeada na Prefeitura de Palmeira dos Índios porque ela trabalhou na campanha do prefeito eleito e ainda que, durante seu mandato, vai trabalhar primeiro pela sua família, depois pelo povo.

Na verdade, eu nunca tinha visto um pronunciamento tão infeliz de um vereador na Câmara de Palmeira dos Índios. Lamentável. Horrível. Vergonhoso. De cunho arrogante e mesquinho. Não vou nem falar dos ataques dele à imprensa livre. Mas vou lembrar ao estreante que a Imprensa, diferentemente da classe política, é bem cotada na opinião pública.

Fabiano Gomes disse que sua esposa era competente para ser nomeada para a Prefeitura. Vereador, a sociedade prefere que a competência seja mensurada no concurso público. Não se orgulhe disso. Pode ser legal, mas é imoral. Sua esposa só assumiu o cargo porque o senhor se propôs a participar do equilíbrio da atual administração. Vereador, o senhor sabe disso, né?

O prefeito Júlio Cezar transita nos dois grupos. Por isso, não está desesperado para escolher o seu líder na Câmara. Mas eis que surge um nome de consenso. A pessoa não tem experiência na Câmara. É de primeiro mandato, mas tem uma história antiga com a política local. Esteve com Júlio Cezar desde a campanha, mesmo compondo a oposição. Falo da vereadora Ana Adelaide França.

Inicialmente, ela integrou o G6, que era o grupo mais afinado com o prefeito. Depois, a pedido do prefeito, foi à sessão que elegeu Jr Miranda, líder do G9, presidente da Mesa Diretora. Ou seja, uma parceira de verdade. Sem contar que Ana Adelaide não tem “meias palavras” nem lero-lero. Ela mete o dedo na ferida e quem não aguentar que corra. De quebra, a vereadora ainda é apaziguadora, amiga e respeita os colegas de Parlamento.