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Saúde
Postada em 22/09/2016 08:08 | Por Todo Segundo

Estudo mostra que proteína do leite pode agir contra zika e chikungunya

Pesquisa feita em laboratório pode ser caminho para novo tratamento
Estudo mostra que proteína do leite pode agir contra zika e chikungunya - Foto: Divulgação
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fizeram testes em laboratório que indicam que uma proteína presente no leite bovino, a lactoferrina, pode reduzir o poder de ataque dos vírus causadores da zika e da chikungunya.

O potencial antiviral da lactoferrina já era conhecido dos cientistas, por isso a ideia de testá-la em relação a essas duas doenças agora em evidência. Assim como as vacas, os seres humanos produzem uma substância equivalente, a lactoferrina humana. Ela está presente na saliva, na lágrima, nos leite de vaca e materno.

No estudo, o efeito da lactoferrina bovina foi testado em células de rim de macaco e verificou-se uma redução de até 80% na efetividade dos vírus. Não foi observado nenhum tipo de efeito tóxico provocado pela proteína.

Isso significa que pessoas com zika ou chikungunya deveriam ingerir bastante leite? Não, porque o estudo é bastante inicial: apenas descreve um mecanismo genérico que "pode ser explorado para desenvolver uma potencial estratégia contras as infecções (de zika e chikungunya)".

De acordo com o Jornal Nacional, beber leite simplesmente não poderia prevenir ou tratar uma infecção de zika e chikungunya porque nesse caso a quantidade de proteína não seria suficiente para combate a esses vírus. Descobrir a dosagem exata seria o próximo passo do estudo.

Os autores testaram a ação da lactoferrina antes e depois da infecção das células por zika ou chikungunya. Ela agiu contra os vírus nos dois casos, mas ficou claro que quando ela estava presente antes da infecção, era mais efetiva. Os pesquisadores também perceberam que, quanto maior a dosagem da proteína, maior sua ação.

O estudo pode ajudar a desenvolver uma estratégia de combate a zika e a chikungunya simultaneamente.

O trabalho está publicado no site de pesquisas de biologia bioRxiv, ainda sem a revisão de especialistas que é comum nas publicações científicas. Estudos sobre zika, dada a gravidade da crise da doença, tem sido divulgados de forma preliminar na comunidade científica como forma de acelerar a busca por formas de combater a doença.

Do G1 SP
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