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Saúde
Postada em 28/08/2016 19:21 | Por Todo Segundo

Zika afeta células cerebrais de adultos

Células ligadas à memória e ao aprendizado podem ser afetadas pelo vírus, de acordo com estudo recente
Zika afeta células cerebrais de adultos - Foto: Divulgação
Por Giovana Borielo

Pesquisadores da Universidade Rockefeller e do Instituto La Jolla de Alergia e Imunologia, ambos nos Estados Unidos, realizaram um estudo que revela que a infecção pelo vírus do zika mata células-tronco neurais em camundongos adultos. Os resultados ainda não apresentam efeitos a curto e longo prazo.

Em fetos, o zika causa a microcefalia ou má-formação, por possuírem uma grande quantidade de células que originam os neurônios. Já em adultos, tais células encontram-se em menor quantidade e estão associadas à memória e ao aprendizado.

Apesar de os adultos não apresentarem sintomas, exceto a vermelhidão na pele e febre, a frequente ligação entre o zika e a síndrome de Guillian-Barré levantou suspeitas de possíveis danos causados ao cérebro adulto.

"Nós queríamos saber se o zika tem mais efeitos em neurônios em formação do que em qualquer outra parte do cérebro adulto. Descobrimos que há algo especial nessas células que permite que o vírus entre nelas e afete sua proliferação", declarou Joseph Gleeson, um dos autores da pesquisa.

A infectologista Sujan Shresta, do Instituto La Jolla, colaborou no estudo desenvolvendo modelos de camundongos especificamente para entender a ação do zika. Para isso, ela teve que impedir a ação das moléculas antivirais, que ajudariam os roedores a resistirem à infecção e injetou em suas correntes sanguíneas uma linhagem atual do vírus.

Após três dias, os pesquisadores analisaram os camundongos e usaram anticorpos para identificar a presença do zika, descobrindo que partículas do vírus cercavam células neurais. A proliferação de neurônios caiu de quatro a dez vezes nos cérebros dos roedores.

"Nós não sabemos o que isso significa em termos de doenças humanas ou se os comportamentos cognitivos dos indivíduos podem sofrer impacto depois da infecção", afirma Shresta.

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