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André Avlis

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Radialista, Cronista e Comentarista Esportivo!
Postada em 26/08/2019 07:51

FUTEBOL: Uma carta para o Palmeiras

Em 26 de agosto de 1914, era fundado o Palestra Itália.

  Uma carta para o Palmeiras.

Escrever sobre você é fácil e ao mesmo tempo difícil. Poderia passar o dia escrevendo.

Lembra daquela final contra o Vasco no Brasileirão de 1997? Foi ali que aconteceu. Naquela derrota um amor por você nasceu, viveu, cresceu.

Eu sei que você também nasceu em meio a conflitos, perseguições e preconceito. Ser italiano no Brasil naquela época não era fácil. Era uma Guerra, literalmente. Nas décadas de 20 e 30, eramos uma força, para a infelicidade de alguns. Você foi obrigado a mudar até de nome, em 1942. Foi de Palestra Itália para Sociedade Esportiva Palmeiras. Naquele ano morremos líderes e nascemos campeões. Nos anos seguintes "Seu" Oberdan comandou e segurou a companhia.

Foram dias difíceis né? Mas passou.

A Academia de Futebol veio. "Seu" Ademir da Guia que a comandava. "Seu", pelo respeito ao Divino. Que aliás, queria poder tê-lo visto jogar. Aquele time era páreo para o Santos de Pelé. O Divino comandava seus fiéis: Dudu, Djalma Santos, Julinho Botelho, Leivinha, Leão... que time!

Teve um jejum né? Não vivi esses anos ruins, mas soube. Foram 23 anos sem ganhar nada e um tabu que incomodava demais. Até que chegou 1993 e um título paulista contra o nosso maior rival. Eu também soube da festa, do êxtase e do frenesi que aquele dia proporcionou. Deve ter sido maravilhoso. Eu ja era até nascido, mas era bebê. Porém, já era Palmeiras. Porque nascemos Palmeiras.

Foram anos de glórias. Em 1999 eu pude acompanhar e entender. Vi o nosso maior título ser erguido com um chute para fora, no Parque Antártica. Vi o Marcos virar santo; tinha o diabo loiro; um baiano no ataque; o camisa 10 era gênio, com um futebol divino; o 11 era a calmaria; tínhamos um craque com a 2 e um excelente lateral com a 6; nossa zaga era tipo uma rocha, quase que intransponível. Que ano! Que time!

Depois disso vieram os anos de agonia. Sofrimento. Poucos títulos, rebaixamentos e derrotas sofridas. Foi doloroso te ver daquele jeito. Ver alguém que a gente ama desmoronando é algo terrível. Tempos difíceis, mas que só fez meu amor aumentar. Até porquê, para quem começou a torcer numa derrota, era certeza de um dia isso acabar. Deu para segurar a barra.

Os dias ruins acabam, para dias bons surgirem. E surgiram. Quando Zé Roberto falou que tu era Gigante, ele profetizou. Sabia e sabe do teu tamanho. Daí você se reergueu. Renasceu. Como em 1942, mas sem precisar mudar o nome.

Sabe aquele moleque que gostou do verde, de cara? Hoje o ama. Ele sabe que nesses 105 anos de sua história se fez da forma que ele mais admira. Com luta, garra, unir e não excluir. Ter resiliência. Aqueles italianos que em 1914 te criaram devem estar felizes agora. Lutaram pelo certo e o certo é você.

Aquele menino de 1997, hoje é um homem de 2019. Sou eu. Com o mesmo amor, paixão. Queria dizer uma coisa: Obrigado!

A você, com carinho. Parabéns!

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