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Postada em 30/07/2025 16:46 | Atualizada em 30/07/2025 16:56 | Por Todo Segundo

Alagoas tem a 3ª maior taxa de mortes não esclarecidas do Brasil

Acima da média do país, estado figura entre os estados com mais mortes sem solução
Alagoas está acima da média nacional e ocupa o 3º lugar em mortes a esclarecer no Brasil - Foto: Reprodução

Alagoas registrou uma leve redução na taxa de mortes a esclarecer sem indício de crime em 2024, segundo dados do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Mesmo com a queda, o estado permanece em posição de destaque negativo, com a terceira maior taxa do país, atrás apenas de Mato Grosso do Sul e Rondônia.

De acordo com o levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Alagoas teve uma taxa de 20,2 mortes a esclarecer por 100 mil habitantes, contra 20,7 no ano anterior — uma diminuição discreta, mas que reflete um leve avanço no esclarecimento de casos fatais que antes permaneciam em aberto sem suspeita de crime.

O índice alagoano está bem acima da média nacional, que ficou em 15,5. Estados como Rio Grande do Sul (5,6), Goiás (5,3) e Bahia (2,8) apresentam números bem inferiores, enquanto Santa Catarina, Minas Gerais, Distrito Federal e Amazonas aparecem com taxa zero.

A classificação refere-se a mortes que entram nas estatísticas como ocorrências sem indício de crime e que ainda não foram elucidadas pelas autoridades. São situações em que não há, até o momento, elementos que indiquem homicídio ou outro tipo de violência, mas que seguem sob investigação.

Apesar da redução, o cenário ainda impõe desafios ao governo estadual. Especialistas avaliam que a persistência de Alagoas no topo do ranking nacional pode indicar falhas na elucidação de mortes e na investigação pericial, além da subnotificação de casos violentos.

Apesar da gravidade dos números, o governo estadual não tem promovido investimentos significativos na área pericial. Falta estrutura nos Institutos de Criminalística e no Instituto Médico Legal (IML), especialmente no interior, onde a ausência de recursos humanos e tecnológicos compromete a elucidação de mortes. Também não há avanços concretos por parte da Polícia Civil na celeridade dos inquéritos. O resultado é um alto número de casos que seguem sem solução, alimentando a sensação de impunidade.

Comparativo nacional

Mato Grosso do Sul lidera o ranking nacional, com alarmantes 27,5 mortes a esclarecer por 100 mil habitantes, seguido por Rondônia (23,1). Já na ponta oposta estão estados como Piauí, Paraná, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais e Santa Catarina — todos com taxa praticamente nula.

Em meio a esse cenário, Alagoas permanece como um dos estados que mais precisam avançar em perícia, transparência nos dados e responsabilização dos crimes fatais.

A expectativa é que, com a publicação do Anuário 2025 e os dados divulgados, o Governo de Alagoas adote novas estratégias para qualificar a apuração de mortes em todo o estado, especialmente nas regiões mais vulneráveis do interior, onde o acesso à perícia ainda é limitado.

A sociedade civil e entidades de direitos humanos têm cobrado maior compromisso do poder público para que nenhuma morte seja tratada com descaso — mesmo aquelas que, à primeira vista, não apresentam indícios claros de violência.

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