Tem circulado nas redes sociais um vídeo que diz, em tom alarmista, que as pessoas não devem utilizar álcool 70% pois ele causaria os mesmos sintomas da Covid-19. Porém, o vídeo traz informações falsas.

De acordo com o que diz o conteúdo, o uso exagerado de álcool 70% poderia provocar garganta seca, tosse, falta de ar, insuficiência respiratória e até mesmo a morte. O vídeo ainda fala que as pessoas mais velhas seriam as mais afetadas pelos efeitos do álcool 70%, e que ele seria prejudicial até mesmo ao meio ambiente. “Todos nós estamos sujeitos aos seus efeitos… [O álcool] pode poluir a água, rios, córregos e o próprio ar, pois é altamente volátil”, diz o narrador.

Segundo o químico e professor de pré-vestibular Walder Nunes, os únicos riscos associados à utilização do álcool para higienização são as queimaduras e o ressecamento da pele. “O nosso organismo possui um filme que protege a pele, chamado de manto hidrolipídico. Quando você usa o álcool em gel, desidrata a pele e perde esse manto. Vai restar só o álcool, mesmo que seco, que é extremamente inflamável e irritante para a pele”, explica.

“As principais preocupações com o uso do álcool em gel dentro de casa são na cozinha. O líquido inflamável pode explodir se entrar em contato com objetos como o fogão, o forno e o micro-ondas”, afirma Walder.

Ainda de acordo com o professor, o único risco do álcool para o meio ambiente ocorre quando ele é queimado: “Em relação ao meio ambiente, ele só prejudica se sofrer combustão, pois sua combustão incompleta libera o monóxido de carbono (CO) e a completa o Dióxido de Carbono (CO2)”.

Walder esclarece ainda que o álcool 70% é muito eficiente contra o novo coronavírus, mas orienta que as pessoas, sempre que possível, devem preferir realizar a higienização das mãos com água e sabão.

“O álcool etílico (etanol) é um eficiente desinfetante de superfícies e objetos e antisséptico de pele. Para este propósito, o grau alcoólico recomendado é 70%, condição que propicia a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular, e a consequente destruição do microrganismo. A cápsula do coronavírus tem uma cobertura feita de lipídio, que é gordura. Qualquer sabão que entra em contato mata o vírus. O álcool também funciona, mas não é tão eficiente como água e sabão”, conclui.

Alagoas Sem Fake

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