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Brasil
Postada em 06/10/2014 06:15 | Por Todo Segundo

Dilma e Aécio decidirão eleição para presidente no segundo turno

Com 99,99% das urnas apuradas, Dilma tinha 41,59% e Aécio, 33,55%. No próximo dia 26, PT e PSDB disputarão 2º turno pela 4ª vez consecutiva
Dilma e Aécio decidirão eleição para presidente no segundo turno - Foto: Divulgação

A campanha foi marcada pela troca de ataques entre os candidatos. A ascensão de Marina, logo após a comoção provocada pela morte de Campos, fez com que se tornassem mais duros os discursos dos adversários. Em eventos de campanha e na propaganda da TV, Dilma pedia com frequência aos eleitores que votassem contra o "retrocesso" e a favor das "conquistas sociais", ao que a campanha de Marina respondia dizendo que rival adotava “discurso do medo” e fazia “terrorismo eleitoral”.

Uma das principais polêmicas se deu em torno da divulgação dos programas de governo. Primeira a apresentar suas propostas, Marina Silva foi alvo de críticas por ter alterado, no dia seguinte à divulgação do programa, o capítulo de políticas para a população LGBT, retirando o apoio à criminalização da homofobia. Ela também foi objeto de críticas de Dilma por defender a autonomia do Banco Central. Aécio também disparou contra a candidata do PSB, acusando-a de mudar frequentemente de posição.

Os embates também envolveram Dilma e Aécio. O tucano explorou durante a campanha o tema "corrupção" na Petrobras, responsabilizando o atual governo pelos escândalos que envolveram a estatal e culminaram na prisão, pela Polícia Federal (PF), de um ex-diretor acusado de desviar dinheiro da empresa. Dilma se defendeu dizendo que a PF teve autonomia para investigar e os casos de corrupção não eram escondidos "debaixo do tapete".

No campo da economia, a petista acusou os tucanos de terem "quebrado" o Brasil três vezes durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e de terem intenção de privatizar a Petrobras. Aécio, por sua vez, repetia que o governo perdeu o controle da inflação e que o país parou de crescer na gestão Dilma.

Primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Vana Rousseff, 67 anos, nasceu em Belo Horizonte (MG) em 14 de dezembro de 1947. No regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada. Em 2001, filiou-se ao PT, após deixar o PDT. Antes de ser eleita presidente em 2010, Dilma nunca havia ocupado nenhum cargo eletivo.

Formada em economia, foi secretária de estado no Rio Grande do Sul. Entre 2003 e 2005, ocupou o posto de ministra de Minas e Energia, durante o primeiro mandato do Lula. Em 2005, deixou a pasta e sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixava o cargo após denúncia de envolvimento no escândalo do mensalão.

Em 2010, elegeu-se presidente no segundo turno com 56,05% dos votos válidos (55.752.483 votos), contra 43,95% (ou 43.711.162) do seu adversário, José Serra (PSDB). No início da campanha deste ano, sofreu pressão interna de parte do partido, que pretendia trocar a candidatura dela pela do ex-presidente Lula, no chamado movimento "Volta, Lula".

Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) decidirão em segundo turno, no próximo dia 26, quem será o futuro presidente do Brasil. Com 99,99% das urnas apuradas (acompanhe a apuração), a petista obteve 43.267.438 votos (41,59%) no primeiro turno e o tucano, 34.897.196 (33,55%), segundo números do Tribunal  Superior Eleitoral (TSE). Marina Silva (PSB) recebeu 22.176.613 votos (21,32%) e ficou em terceiro lugar, mesma colocação da eleição de 2010. O resultado ficou matematicamente confirmado às 19h56, segundo o TSE – até a última atualização desta reportagem, faltava somente a contabilização dos votos de duas seções eleitorais no Amazonas.

Após a confirmação de que haverá segundo turno, Dilma e Aécio fizeram pronunciamentos em Brasília e em Belo Horizonte, respectivamente.

A petista aproveitou a fala, para uma plateia de militantes do partido, e atacou o PSDB: "O povo brasileiro não quer de volta aqueles que viraram as costas para o povo, que acabaram com as escolas técnicas, esvaziaram o crédito educativo e elitizaram as nossas universidades federais, sucateando-as". Aécio afirmou que "o sentimento de mudança em todo o Brasil foi uma coisa surpreendente em todos os estados".

A candidata do PSB declarou que decidirá com o partido quem apoiará no segundo turno e que não se considera uma "derrotada" por ficar fora da etapa decisiva da disputa pelo Palácio do Planalto.

O ministro Gilberto Carvalho afirmou que o PT está disposto a convencer Marina Silva a apoiar Dilma no segundo turno, e que, para isso, o partido pode incorporar propostas do programa de candidata derrotada. Aécio, que no pronunciamento reverenciou Eduardo Campos, morto em agosto e de quem Marina era vice, declarou que aceitará o apoio de "todos os que tiverem contribuições a dar". Ele disse ter "enorme respeito" por Marina, mas que aguardará a decisão "sobre o caminho que ela achar mais adequado".
 
Será a quarta vez consecutiva que candidatos de PT e PSDB disputarão o segundo turno – em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu José Serra (PSDB); em 2006, Lula se reelegeu contra Geraldo Alckmin (PSDB); em 2010, Dilma superou Serra.

Nesta eleição, Dilma venceu em 15 estados, Aécio em nove e no Distrito Federal, e Marina em dois. Veja o mapa e uma comparação com o desempenho dos candidatos de 2010.

Segundo a apuração parcial, Luciana Genro tinha 1.612.186 votos (1,55%), seguida de Pastor Everaldo (PSC), com 780.505 (0,75%); Eduardo Jorge (PV), com 630.099 (0,61%); Levy Fidelix (PRTB), com 446,878 (0,43%); Zé Maria (PSTU), com 91.209 (0,09%); Eymael (PSDC), com 61.250 (0,06%); Mauro Iasi (PCB), com 47.847 (0,05%); e Rui Costa Pimenta (PCO), com 12.324  (0,01%).

A campanha eleitoral passou por uma reviravolta após a morte em acidente aéreo, em 13 de agosto, de Eduardo Campos, de quem Marina era vice.

Até então, as pesquisas indicavam uma situação de estabilidade, com Dilma à frente e Aécio em segundo. O tucano já havia enfrentado denúncias de suposta concessão irregular para um tio de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG), mas a candidatura dele começou a perder fôlego após a morte de Campos.

Após o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco, Marina Silva assumiu a condição de candidata e chegou a aparecer em situação de empate técnico com Dilma, deixando Aécio para trás. Mas, na última semana da campanha, ela começou a perder intenções de voto, e o tucano recuperou o segundo lugar nas pesquisas divulgadas na véspera do segundo turno.

A campanha foi marcada pela troca de ataques entre os candidatos. A ascensão de Marina, logo após a comoção provocada pela morte de Campos, fez com que se tornassem mais duros os discursos dos adversários. Em eventos de campanha e na propaganda da TV, Dilma pedia com frequência aos eleitores que votassem contra o "retrocesso" e a favor das "conquistas sociais", ao que a campanha de Marina respondia dizendo que rival adotava “discurso do medo” e fazia “terrorismo eleitoral”.
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Uma das principais polêmicas se deu em torno da divulgação dos programas de governo. Primeira a apresentar suas propostas, Marina Silva foi alvo de críticas por ter alterado, no dia seguinte à divulgação do programa, o capítulo de políticas para a população LGBT, retirando o apoio à criminalização da homofobia. Ela também foi objeto de críticas de Dilma por defender a autonomia do Banco Central. Aécio também disparou contra a candidata do PSB, acusando-a de mudar frequentemente de posição.

Os embates também envolveram Dilma e Aécio. O tucano explorou durante a campanha o tema "corrupção" na Petrobras, responsabilizando o atual governo pelos escândalos que envolveram a estatal e culminaram na prisão, pela Polícia Federal (PF), de um ex-diretor acusado de desviar dinheiro da empresa. Dilma se defendeu dizendo que a PF teve autonomia para investigar e os casos de corrupção não eram escondidos "debaixo do tapete".

No campo da economia, a petista acusou os tucanos de terem "quebrado" o Brasil três vezes durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e de terem intenção de privatizar a Petrobras. Aécio, por sua vez, repetia que o governo perdeu o controle da inflação e que o país parou de crescer na gestão Dilma.

Os candidatos

Primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Vana Rousseff, 67 anos, nasceu em Belo Horizonte (MG) em 14 de dezembro de 1947. No regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada. Em 2001, filiou-se ao PT, após deixar o PDT. Antes de ser eleita presidente em 2010, Dilma nunca havia ocupado nenhum cargo eletivo.

Formada em economia, foi secretária de estado no Rio Grande do Sul. Entre 2003 e 2005, ocupou o posto de ministra de Minas e Energia, durante o primeiro mandato do Lula. Em 2005, deixou a pasta e sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixava o cargo após denúncia de envolvimento no escândalo do mensalão.

Em 2010, elegeu-se presidente no segundo turno com 56,05% dos votos válidos (55.752.483 votos), contra 43,95% (ou 43.711.162) do seu adversário, José Serra (PSDB). No início da campanha deste ano, sofreu pressão interna de parte do partido, que pretendia trocar a candidatura dela pela do ex-presidente Lula, no chamado movimento "Volta, Lula".

Aécio Neves da Cunha, 54 anos, nasceu em 10 de março de 1960 também em Belo Horizonte (MG). Assim como Dilma, é formado em economia. Neto do ex-presidente Tancredo Neves, participou de diversos comícios ao lado do avô no início de sua vida pública.

Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1986, reelegendo-se por mais três vezes. Entre 2001 e 2002, presidiu a Câmara dos Deputados. Ainda em 2002, foi eleito governador de Minas Gerais, cargo que exerceu por dois mandatos, até 2010.

Em 2010, o tucano elegeu-se senador por Minas Gerais. Em 2013, ganhou a disputa interna com José Serra pela candidatura a presidente da República e foi eleito presidente nacional do PSDB.

Do G1

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