Em um jantar com empresários, na noite desta segunda-feira (30) em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse que a presidente Dilma Rousseff deveria dar mais explicações à população sobre as ações do governo. Ele se referia aos cortes de gastos, que causaram indignação, por serem contrários ao que ela havia prometido durante a campanha eleitoral.

— Os maiores responsáveis têm que assumir responsabilidade. Outro dia, eu cobrei do ex-presidente Lula que ele sumiu. Como sumiu? A filha é sua. [...] Não é questão de culpa. É o responsável. [...] A situação difícil para a presidente Dilma é que ela ganha, faz uma campanha dizendo que vai continuar a mesma política, botando o pé no acelerador e tem que frear de repente.

FHC lembrou da época em que foi ministro da Fazenda, durante a gestão Itamar Franco, quando tinha que dar satisfações sobre a inflação, por exemplo.

— Eu fiz ajuste também. Eu fui ministro da Fazenda não sendo economista. Qual era o meu papel? Não era de técnico. Era de explicar ao País o que estava acontecendo. Eu não saía do Congresso, da televisão, do rádio, de explicar à população. [Hoje], estão operando sem anestesia.

Questionado sobre um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma, FHC disse que “não é uma coisa que se possa querer e desejar”. Ele ressaltou que a presidente acabou de ser reeleita e que não há elementos jurídicos que justifiquem tal ação.

O ex-presidente falou para cerca de 600 convidados do jantar de lançamento do livro do escritório de arquitetura Athié Wohnrath, na Casa Fasano. Durante 40 minutos, ele também avaliou questões como as manifestações populares contrárias ao governo.

— Além de você ter manifestações enormes, há uma nova maneira da sociedade se agitar. Nós temos uma inspiração mais cultural do que política. Agora, a internet permite muito mais informação e permite a ação. 

Do R7