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Postada em 23/09/2014 12:30 | Por Todo Segundo

No Brasil, 66,8 milhões de ações aguardam decisão judicial

Segundo relatório, processos que mais emperram são cobranças de dívidas
No Brasil, 66,8 milhões de ações aguardam decisão judicial - Foto: Divulgação

A quantidade de casos pendentes de solução definitiva nos tribunais brasileiros tem crescido, em média, 3,4% por ano desde 2009, conforme estudo divulgado nesta terça-feira (23) pelo Conselho Nacional de Justiça. No início do ano passado, o número de processos acumulados em anos anteriores e que aguardavam uma decisão final no Judiciário chegou a 66,8 milhões.

Os dados constam da décima edição do Relatório Justiça em Números, elaborado anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que faz um diagnóstico completo dos 112 tribunais existentes no país, contando cortes superiores, federais, estaduais, trabalhistas, eleitorais e militares, com exceção do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância do Judiciário.

O estudo também mostra que o número de casos novos que entram na Justiça durante o ano tem sido maior que o número de casos resolvidos no mesmo período, aumentando assim o estoque de pendentes. Só em 2013, a diferença entre a quantidade de novas ações apresentadas ao Judiciário (28,3 milhões) e a de finalizadas (27,7 milhões) chegou a aproximadamente 622 mil. Em 2012 e em 2011, a "sobra" ficava em torno de 300 mil.

O relatório considera "preocupante" o "progressivo e constante aumento do acervo processual". O estudo mostra que parte considerável desse estoque que fica emperrado no Judiciário é composto por ações de execução fiscal ou extrajudicial, referentes a dívidas cobradas na Justiça pelo governo ou particulares, mas que passam anos sem serem pagas.

Produtividade e eficiência
O aumento no número de processos pendentes se reflete na carga de trabalho dos magistrados: no ano passado, cada um dos 16,5 mil ministros, desembargadores e juízes brasileiros tinha, em média, 6.041 casos para julgar. Cada um conseguiu dar baixa em 1.684, com a solução definitiva do processo. Mas a produtividade caiu 1,7%: em 2012, cada um havia dado baixa em 1.712 processos.

Outro dado que mostra a dificuldade na resolução dos processos é a chamada taxa de congestionamento, de 71% em 2013. Significa que, de cada 100 ações que tramitaram, 71 ficaram sem solução definitiva e apenas 29 foram resolvidas. Trata-se de um patamar que não apresentou melhora últimos anos: era de 70% em 2012, 71% em 2011 e 2010, e 70% em 2009.

O CNJ também avaliou a eficiência dos tribunais brasileiros, através do Índice de Produtividade Comparada (IPC-Jus), em que o desempenho considera a capacidade de solucionar mais processos com menos recursos humanos e orçamentários.

Na Justiça estadual, onde se concentra a maior parte das ações, atingiram o percentual máximo, numa escala que vai de 0 a 100%, os Tribunais de Justiça (TJs) do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Amapá e Acre, com a solução de um número adequado de processos.

O relatório do CNJ também faz um diagnótico da atual estrutura do Judiciário: além dos 16,5 mil magistrados, encontram-se na ativa 276,6 mil servidores efetivos, requisitados e comissionados e outros 135,7 mil contratados na forma de auxiliares como terceirizados, estagiários, juízes leigos e conciliadores.

A despesa total do Poder Judiciário em 2013 foi de R$ 61,6 bilhões, o que corresponde a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 2,7% do total gasto por todo o setor público.

Do G1

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