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Postada em 17/02/2017 13:17 | Atualizada em 17/02/2017 13:45 | Por Todo Segundo

"Réus foram induzidos a confessar morte de vereador", diz defesa

Defensor público Ryldson Martins argumentou que o rastreamento telefônico não prova a participação dos réus
"Réus foram induzidos a confessar morte de vereador", diz defesa - Foto: Assessoria
Da Assessoria

Teve prosseguimento em seu segundo dia o júri popular de três dos acusados pela morte do vereador de Anadia (AL) Luiz Ferreira de Souza, em 2011. Nesta sexta-feira (17), estão sendo realizados os debates entre defesa e acusação. A Defensoria Pública reiterou a tese de que os réus Everton Santos de Almeida e Tiago dos Santos Campos, supostos executores, foram induzidos a confessar pela Polícia Civil e por advogados, com a promessa de falsos benefícios por delação premiada.

O juiz Geraldo Amorim, titular da 9ª Vara Criminal de Maceió, conduz o julgamento, no Fórum do Barro Duro. Também está sendo julgado Alessander Ferreira Leal, apontado como mandante.

A sessão foi reiniciada com a sustentação do promotor Paulo Barbosa Filho, que procurou rebater a tese da defesa de que os réus foram induzidos a confessar, e que o advogado de ambos, à época, teria criado a história relatada.

“O que os senhores ouviram ontem (no interrogatório dos réus, durante o júri) foi após um trabalho pesado da defesa, de desacreditar esses depoimentos. Como o advogado conseguiria inventar todos esses detalhes, que batem com o rastreamento telefônico?”, indagou Paulo Barbosa.

De acordo com o Ministério Público Estadual, o crime foi cometido a mando de Alessander e da então prefeita de Anadia, Sânia Tereza, atualmente em prisão domiciliar. Devido ao foro por prerrogativa de função, ela aguarda julgamento pelo Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).

Outros dois acusados pelo crime, Adailton Ferreira e Wallemberg Torres da Silva, recorreram da decisão que determinou o júri, e esperam julgamento do recurso pelo TJ.

O defensor público Ryldson Martins, que faz a defesa de Tiago e Everton, argumentou que o rastreamento telefônico não prova a participação dos acusados, já que não se sabe o conteúdo das conversas. “Qual é a prova de que Tiago e o Everton participaram? Só há uma prova robusta da participação: a confissão. Alguma interceptação comprova que eles estavam no local do fato? Não”, sustentou.

Julgamento extenso

O júri foi iniciado na manhã da quinta-feira (16), por volta de 9h30, com os depoimentos de cinco pessoas, entre declarantes e testemunhas. Também foram interrogados os três réus. Os trabalhos só foram suspensos às 20h40.

Nesta sexta (17), os debates começaram às 8h50, com a sustentação da acusação, que tem direito inicialmente a 2h30. Na sequência, a defesa pode falar por 2h30. A réplica da acusação poderá durar mais 2h. E a tréplica da defesa pode se estender por mais 2h.

Fazem a acusação o promotor Paulo Barbosa e os advogados Cláudio Vieira e Gustavo Raimundo Dacal. Fazem a defesa do réu Alessander, os advogados Raimundo Palmeira e Rodrigo Ferro. Fazem a defesa dos réus Everton e Tiago, o defensor público Ryldson Martins.
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