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Polícia
Postada em 14/07/2025 15:45 | Atualizada em 14/07/2025 17:34 | Por Todo Segundo

Reconstituição do caso Gabriel Lincoln põe versões em confronto nesta terça (15)

Simulação será acompanhada por comissão de delegados, peritos MP e a família da vítima
Gabriel Lincoln,16 anos, foi morto durante ação da PM; família denuncia violência injustificada - Foto: Reprodução

Palmeira dos Índios vive nesta terça-feira (15), mais um capítulo decisivo no inquérito que apura a morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, baleado durante uma ação da Polícia Militar no dia 3 de maio deste ano.

O Instituto de Criminalística de Alagoas realizará a reprodução simulada dos fatos, um dos últimos passos antes da conclusão da investigação, que está sob responsabilidade de uma comissão de delegados da Polícia Civil e conta com o acompanhamento do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL).

O procedimento será realizado a partir das 17h, na Avenida Vieira de Brito, bairro Vila Maria, no mesmo local onde ocorreu a abordagem policial. A ação reunirá peritos criminais, testemunhas, promotores, policiais civis e representantes legais da família da vítima, que espera que o momento ajude a esclarecer os pontos obscuros ainda presentes no inquérito.

Para garantir a segurança e o sigilo da simulação, a área será isolada pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), com apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, que atuarão no bloqueio da via, impedindo o tráfego de pessoas e veículos e assegurando a integridade física dos participantes da reconstituição.

A simulação acontece após a conclusão de laudos periciais importantes. O exame de balística confirmou que o revólver calibre .38 atribuído a Gabriel estava em plenas condições de uso. O projétil encontrado no tambor da arma é compatível com o próprio armamento, segundo o relatório técnico.

No entanto, o revólver não possui registro no Sistema Nacional de Armas (SINARM) da Polícia Federal, o que levanta dúvidas sobre sua procedência e fortalece os questionamentos da família sobre a versão oficial apresentada pelos militares envolvidos na ação que cominou na morte de Gabriel.

Outro ponto de atenção é a presença de material genético no revólver, ainda não identificado. A perícia não especificou se é sangue, pele ou outro resíduo biológico. Por isso, o Instituto Médico Legal (IML) já colheu amostras de DNA dos pais de Gabriel, na tentativa de verificar se há correspondência com o material encontrado na arma.

De acordo com o relato dos PMs, Gabriel estaria realizando manobras perigosas com uma moto, não teria obedecido à ordem de parada e, durante a fuga, teria disparado contra a guarnição. A versão sustenta que os policiais apenas revidaram à agressão.

Já a família da vítima contesta. A mãe e testemunhas afirmam que Gabriel não estava armado e que houve abuso de força e execução sumária por parte da polícia. O episódio gerou comoção social e protestos em Palmeira dos Índios, com pedidos por justiça, transparência e responsabilização.

Com os principais depoimentos já colhidos, laudos em fase avançada e a simulação marcada para esta terça, o inquérito entra em sua fase final. Após a conclusão, a delegacia responsável deverá encaminhar o relatório para o Ministério Público de Alagoas, que decidirá sobre o oferecimento ou não de denúncia criminal contra os envolvidos.

A cidade acompanha cada desdobramento com atenção. No centro do debate está a busca por respostas concretas sobre o que realmente ocorreu naquela noite de maio — e a cobrança para que o caso de Gabriel Lincoln não termine em impunidade.

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