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Coisa da Política

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Postada em 15/07/2025 10:11

Após acordão silencioso, quem vai indicar o vice de Renan Filho, JHC?

Ninguém fala oficialmente, mas a disputa pela vice já expõe interesses divergentes dentro do novo arranjo
Vice de Renan Filho vira enigma após pacto silencioso com JHC - Foto: Reprodução

O jogo mudou. E ninguém anunciou o novo tabuleiro.Desde que o “acordão silencioso” selou uma surpreendente aliança entre o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), um novo dilema político paira no ar: quem indicará o vice na chapa de Renan ao governo de Alagoas em 2026?

Se o pacto que uniu antigos adversários desmontou as articulações de Paulo Dantas e Marcelo Victor para 2026, agora o desafio é encontrar uma peça que una o arranjo costurado nos bastidores — e que agrade a todos os vértices do novo triângulo de poder: Renan, JHC e Lula.

A peça que falta no quebra-cabeça

Com a candidatura de Renan Filho praticamente definida e o apoio tácito de JHC consolidado — inclusive coroado com a recente indicação da procuradora Marluce Caldas (tia do prefeito) ao STJ —, a escolha do vice se tornou o novo ponto de tensão.

JHC quer ter voz. Mesmo fora da disputa direta, o prefeito de Maceió mantém força eleitoral e pode exigir a indicação de um nome de sua confiança. Em contrapartida, o MDB estadual, sob a batuta de Renan Calheiros, não está disposto a abrir mão do controle total da chapa. E no meio desse cabo de guerra, está o Planalto, que monitora cada movimento em Alagoas com interesse estratégico para o projeto nacional de reeleição de Lula.

Três possibilidades em jogo

Nos bastidores, três caminhos despontam:

1. Vice indicado pelo MDB

Seria a opção mais tradicional. Nomes ligados à Assembleia Legislativa ou ao interior, com perfil técnico ou político, estão sendo cogitados. A intenção seria manter o controle total da aliança dentro da estrutura do partido.

2. Nome indicado por JHC

Como moeda de troca pela neutralidade de JHC, especula-se a indicação de um nome da capital ou com DNA liberal. O vice poderia ser alguém próximo ao núcleo de confiança do prefeito, que serviria também como ponte com setores empresariais de Maceió.

3. Nome de consenso com o governo federal

Se a governabilidade futura for uma prioridade, não se descarta um nome de centro-esquerda, que agrade ao entorno de Lula e garanta estabilidade no campo institucional. Um nome técnico, com perfil de diálogo, pode surgir como “solução neutra”.

Silêncio como estratégia

O mais curioso é que, até agora, ninguém fala oficialmente sobre o assunto. Tudo se dá nas entrelinhas, nos bastidores, nas reuniões discretas. A tática do silêncio — que funcionou para firmar o pacto Renan-JHC — continua sendo o modus operandi do grupo.

“Não haverá entrevistas. A movimentação é toda sem barulho. Quem aparecer agora perde espaço”, disse à reportagem um interlocutor ligado ao MDB estadual.

O que está em jogo?

Mais do que a vice, o que está sendo negociado é o reposicionamento de forças em Alagoas para a próxima década. A aliança Renan-JHC — antes impensável — já alterou as expectativas eleitorais e fragilizou adversários como Dantas, Marcelo Victor, Alfredo Gaspar e até Arthur Lira, que observam o novo arranjo com cautela.

Se o silêncio persistir, é possível que o nome do vice só apareça na convenção partidária. Mas uma coisa já está clara: a escolha vai dizer muito mais do que aparenta.
Será um vice para governar, para compor ou apenas para selar a paz?

A resposta — por enquanto — continua trancada a sete chaves.

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