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Luan Moraes

Sobre o autor

Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Alagoas, especialização em Gestão e Coordenação Pedagógica pela Faculdade São Tomás de Aquino e mestrado em História Social pela Universidade Federal de Alagoas.
Postada em 14/08/2023 21:35 | Atualizada em 22/08/2023 15:28

Matrix: como o filme das irmãs Wachowski pode ser a carta coringa da sua redação

Professor do Centro Educacional Cristo Redentor garante que a obra cinematográfica, lançada em 1999, continua atual e insuperável
Matrix, 1999. - Foto: Reprodução.

Um filme de 1999, cenas de ação de tirar o fôlego, roupas pretas, couro, sobretudos e... muita filosofia. Idealizado pelas irmãs Lana Wachowski e Lilly Wachowski, Matrix se consolidou como um clássico do final do século XX e início do XXI. Aristeu Florentino, professor do Centro Educacional Cristo Redentor, em Palmeira dos Índios, ressalta que o filme pode ser visto de vários aspectos da ciência, seja no campo da matemática, das ciências naturais e, claro, da filosofia. E você pode saber mais sobre isso, basta escolher se quer a pílula azul (para continuar num mundo de ilusões) ou a vermelha (para desvendar os mistérios da toca do coelho).

01 - A filosofia é a tônica da obra

A obra, como um todo é uma grande adaptação do mito da caverna, de Platão. A Matrix seria, portanto, um mundo ilusões, onde estamos presos. Ao tomar a pílula vermelha, nos libertamos e passamos a enxergar a verdade. Os diálogos entre Morpheus (Laurence Fishburne) e Neo (Keanu Reeves) se tornaram um verdadeiro deleite, principalmente para os amantes da filosofia.

02 - A intertextualidade com o cristianismo

Durante a obra, espera-se a vinda do escolhido, que vai libertar a humanidade do julgo das máquinas. Morpheus acredita, que este seja Neo, contudo a oráculo não. Pelo menos até o herói morrer e ressuscitar, com poderes inimagináveis, podendo fazer verdadeiros milagres. Já viu isso em outro lugar?

03 - A jornada do herói

O filme também é, a sua maneira, uma história de origem. As regras de funcionamento daquele universo, o herói, meio bobão no início, mas que vai aprendendo a ser o que o roteiro deseja. Um mentor sensacional e Trinity (Carrie Anne-Moss) um par romântico, que não é uma princesa em perigo. Sem falar no genial agente Smith (Hugo Weaving), que faz o contraponto, tornando-se um nêmesis para o escolhido, entrando em nossas cabeças com suas reflexões sobre a humanidade.

04 - Matrix e o país das maravilhas

Neo se vê numa realidade totalmente diferente, da mesma forma que, ao entrar na toca do coelho, Alice chegou ao País das Maravilhas. A pílula vermelha faz essa ponte, entre o mundo ilusório e o real. Contudo, o mundo real não é tão fantástico e existem aqueles que prefeririam viver na ilusão, do que encarar o mundo real, essa é a jogada magistral das diretoras, ao construírem a personalidade de Cypher (Joe Pantoliano).


05 - A análise da sociedade e a sociologia em Matrix

O filme também é uma alegoria do fato social, onde a estrutura da sociedade é evidenciada, numa lógica de generalidade, coercitividade e exterioridade que engloba e dispensa aqueles considerados doentes, anormais, estranhos. Afinal, o que seria a realidade, o certo ou o errado, senão convenções sociais?

Para o professor Aristeu, os personagens são emblemáticos, como o Arquiteto, a Oráculo, Trinity e Morpheus. O professor enfatiza que, até mesmo as cenas de ação servem como material para evidenciar as ciências da natureza, ao percebermos como os personagens desafiam as leis da física ao realizarem saltos e esquivas impossíveis na nossa realidade. Para ele, as diretoras, ao realizarem os truques de câmera para gravar tais cenas, revelam o uso de lentes e da ótica. E finaliza, tornando claro que o filme também utiliza recursos como a metalinguagem e a intertextualidade ao fazer referência a sua própria construção e de outros clássicos do cinema.

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