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Postada em 11/05/2020 15:53 | Atualizada em 11/05/2020 15:54 | Por Agência Alagoas

Ocupação de leitos de UTI para Covid-19 chega a 70% em Alagoas

Diretora do Hospital Helvio Auto afirma que colapso pode chegar antes do previsto e reforça que única forma de salvar vidas é o isolamento social
Governo tem investido na ampliação de leitos mas só o isolamento social é capaz de reduzir a velocidade na ocupação - Foto: Agência Alagoas

Não é uma gripe comum. A Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, é uma patologia grave cujos sintomas podem levar à necessidade imediata de internação – em muitos casos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em Alagoas, o ritmo acelerado de ocupação nos leitos hospitalares chegou rapidamente a níveis alarmantes.

De acordo o boletim emitido na manhã desta segunda-feira (11) pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS/AL), vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o percentual de utilização de leitos de UTI na rede pública chegou a 70%.

Em Maceió, em ao menos três unidades, os números preocupam. No Hospital da Mulher – adaptado desde o último mês de abril para receber exclusivamente casos de Covid-19 –, 37 dos 50 leitos clínicos disponíveis estão ocupados (74%). Na UTI, a taxa chegou a 63%. No Hospital Sanatório, 29 dos 32 leitos já estão utilizados, restando apenas 01 de UTI. E no Hospital Universitário (HU), 13 dos 14 leitos de UTI também foram preenchidos.

“A situação está se agravando. Os leitos disponíveis estão sendo ocupados muito rapidamente”, confirmou a médica Luciana Pacheco, diretora médica do Hospital Escola Helvio Auto. Por lá, o único leito de UTI disponível está ocupado. O equipamento dispõe de outros 16 leitos exclusivos de Covid-19 para pacientes HIV positivo e mais dois para tuberculosos, com ocupação em 38% e 50%, respectivamente.

Boletim de ocupação

Ao analisar o boletim detalhadamente, observa-se que hoje já há várias unidades com taxa de ocupação em 100% – a exemplo do que já ocorre na rede privada. Todos os leitos disponíveis nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Trapiche e do Jacintinho, por exemplo, estão ocupados. Na UPA do Tabuleiro, todos os leitos clinícos estão ocupados e restam dois leitos intermediários.

O comunicado diário também informa a situação no interior do estado. No município de São Miguel dos Campos resta apenas um leito de UTI. Em Arapiraca, os leitos de UTI estão com 65% de ocupação. Na cidade de Delmiro Gouveia não há mais leitos intermediários.

Qualquer pessoa pode acompanhar a taxa de ocupação dos leitos em Alagoas. Basta acessar o hotsite criado pelo Governo do Estado no endereço: www.alagoascontraocoronavirus.al.gov.br. O informe é atualizado duas vezes ao dia. Ao clicar no link “Boletim de ocupação”, o usuário tem acesso à quantidade de leitos disponíveis na rede pública destinados para pacientes com Covid-19.

Para se ter uma ideia da gravidade do cenário pandêmico, o colapso já atingiu a maior parte da rede hospitalar privada em Alagoas. Em comunicados oficiais ou pelas redes sociais, instituições e diretores médicos já anunciaram que a situação chegou ao limite, com várias unidades que alcançaram a capacidade máxima de atendimento e internação.

Hospital Metropolitano

Numa corrida contra o tempo, o Governo do Estado vem ampliando incessantemente o número de leitos hospitalares. Atualmente, Alagoas possui 505 leitos exclusivos para tratamento de Covid-19 – mais que o dobro do quantitativo disponível no período inicial da pandemia.

O próximo e importante marco na batalha será a inauguração do Hospital Metropolitano, no próximo dia 15 de maio. Com a nova unidade, os alagoanos ganharão mais 160 novos leitos no enfrentamento ao novo coronavírus. Com isso, a taxa percentual de ocupação poderá diminuir momentaneamente, mas os especialistas alertam: a abertura de novos leitos não vai vencer a guerra contra um vírus que combina alta velocidade de transmissão com um alarmante índice de letalidade. “Não adianta criar leitos se as pessoas continuam sem acreditar na doença, como se nada estivesse acontecendo. É muito triste!”, desabafou a infectologista Luciana Pacheco.

Por isso, caso a população não mantenha o isolamento social e o nível de contágio continue no ritmo atual, a rede pública de saúde voltará rapidamente ao risco de colapso. A contribuição deve ser de todos. E a melhor forma de ajudar a salvar vidas é ficando em casa.

LEITOS EXCLUSIVOS PARA COVID-19 | Rede pública e contratualizados
Ocupação e taxa percentual no dia 11 de maio

TOTAL DE LEITOS:505

Ocupados: 311 (62%)

Leitos de UTI: 155
Ocupados: 108 (70%)

Leitos intermediários: 31
Ocupados: 17 (55%)

Leitos clínicos: 319
Ocupados: 186 (58%)

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (Sesau)

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