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Política
Postada em 28/04/2021 18:56 | Atualizada em 28/04/2021 19:00 | Por CNN

Tentativa de tirar Renan da relatoria da CPI é 'ato cênico', diz senador

Otto Alencar (PSD-BA) afirma que governo 'tem tentado de todas as formas desestabilizar a CPI' da Pandemia
Senador Otto Alencar (PSD-BA) - Foto: Divulgação

Integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou à CNN nesta quarta-feira (28) que o governo federal tem agido para "desestabilizar" a investigação instalada no Senado na terça-feira (27). Prova disso, disse o senador, são as sucessivas tentativas de tirar Renan Calheiros (MDB-AL) da relatoria da CPI.

Na noite de terça-feira, os senadores governistas Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) entraram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir que Renan seja o relator da CPI, conforme designação do senador Omar Aziz (PSD-AM), eleito presidente da investigação.

"Também não vai ter respaldo jurídico porque foi uma decisão do presidente eleito da CPI, Omar Aziz, que tomou a decisão que deve ser respeitada pelo Supremo por ser uma decisão interna corporis", disse Otto Alencar. "Me parece muito mais um ato cênico para chamar a atenção da mídia e da imprensa", concluiu.

Para Alencar, a iniciativa dos senadores governistas "consolida ainda mais a condição do senador Renan Calheiros como relator". Segundo o senador pela Bahia, o gesto dos parlamentares identificados com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repercutiu como "falta de respeito" entre alguns integrantes do Senado Federal.

O senador lembrou também da liminar concedida pela Justiça Federal de Brasília que determinava que Renan Calheiros não pudesse assumir a relatoria da CPI. Horas depois, o Tribunal Federal da 1.ª Região (TRF-1) suspendeu a liminar.

Ameaças

Otto Alencar, responsável por abrir a sessão do Senado que levou à instalação da CPI da Pandemia, disse à CNN que assim que convocou a sessão, passou a receber ameaças em seu celular, "mais de 500 mensagens" de números de telefone de estados como Ceará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

De acordo com o senador pela Bahia, as mensagens continham "as coisas mais absurdas possíveis na tentativa de intimidação". "É claro que nós não nos intimidamos e fizemos a sessão ontem pela manhã", afirmou.

Críticas ao governo

O senador pela Bahia criticou a maneira como o governo federal tem conduzido o enfrentamento à pandemia de Covid-19. Na opinião de Alencar, o presidente Jair Bolsonaro ainda faz "exatamente o contrário" do que determinam os protocolos de combate à dissipação do coronavírus, como uso de máscaras e distanciamento social.

Além disso, Otto Alencar criticou a defesa, por parte de Bolsonaro, do chamado "tratamento precoce" com medicamentos sem comprovação de eficácia contra a Covid-19, como é o caso da hidroxicloroquina.

Sem citar nominalmente o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, Alencar repetiu fala recente de Renan Calheiros de que "não se pode querer colocar um sanitarista comandando as Forças Armadas e também não dava para botar um general comandando o ministério da Saúde". Pazuello é general do Exército Brasileiro.

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