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Postada em 27/01/2016 23:47 | Por Todo Segundo

Defensoria busca redução de preços para marchantes e fateiros em Arapiraca

Ação ingressada nesta semana pede ajuste nas tarifas impostas pela Frigovale, que pretende cobrar preço três vezes maior pelo abate de animais
Defensoria busca redução de preços para marchantes e fateiros em Arapiraca - Foto: Portal Arapiraca
Da Assessoria

A Defensoria Pública do Estado, através dos defensores públicos lotados na comarca de Arapiraca, Gustavo Barbosa Giudicelli e Marcos Antônio da Silva Freire, ingressou esta semana com Ação Civil Pública com pedido liminar contra a empresa Frigovale do Guaporé e Indústria de Carnes Limitada.

A ação, impetrada na 4ª Vara da Comarca de Arapiraca, busca garantir que os marchantes e fateiros da região possam abater animais pagando apenas as tarifas definidas no contrato.

A Frigovale venceu a licitação promovida pelo município de Arapiraca, adquirindo o direito de exploração da atividade de abate de animais, com a utilização de matadouro municipal localizado na cidade.

A empresa, que iniciará suas atividades na próxima semana, fixou o valor inicial de R$ 45,00 no abate de bovinos, além da cobrança, por quilo, dos valores relativos aos subprodutos do abate.

Impasse - O contrato prevê duas formas de pagamento. A primeira delas, sob a forma de tarifa a ser custeada pelos usuários diretos (marchantes), fixada no valor máximo de R$ 68,00 para bovinos, R$ 30,60 para suínos e R$ 20,40 para caprinos/ovinos, sendo que a empresa fixou, para os bovinos, o valor inicial de R$ 45.

A segunda é sob a forma de comercialização, entendendo a empresa que tal previsão contratual lhe dá o direito de reter os subprodutos (vísceras, cascos, sebos, etc.) e comercializá-los junto aos marchantes pelo preço que lhe aprouver.

Os marchantes discordam da segunda forma de remuneração, por entenderem que, sendo os proprietários dos animais, são também donos dos subprodutos decorrentes do seu abate. Interpretação, esta, considerada a mais acertada pela Defensoria Pública, que leva em conta o termo de referência e do contrato de concessão e os princípios legais e constitucionais aplicáveis à espécie.

Tentativa de Conciliação - De acordo com os defensores responsáveis pela ação, a Defensoria Pública buscou em diversas oportunidades firmar um acordo com a empresa.

“A Frigovale insiste em praticar preços muito acima dos que os marchantes têm condições de pagar e que são quatro vezes maiores do que o que eles pagam hoje. Maiores, inclusive, do que os preços praticados em outros lugares. Os marchantes e fateiros são, em sua maioria, pessoas carentes, que estão na iminência de ter sua atividade profissional inviabilizada em razão dos preços abusivos praticados”, explica o defensor Gustavo Giudicelli.

Conforme os valores informados pela empresa, os marchantes terão de pagar R$ 127,23, para o tratamento de carne e das vísceras. Antes, eles pagavam R$ 35,00 para o mesmo trabalho. “O preço proposto pela empresa trará prejuízos para os marchantes e também para o consumidor final de carne animal, já que o custo extra, certamente, será agregado ao valor final da carne e vísceras”, acrescenta o defensor.

“Em poucos dias, a Frigovale será a única alternativa para os marchantes e fateiros na região, uma vez que o matadouro municipal encerrará suas atividades no domingo (31). Assim, já na próxima semana, os marchantes não terão alternativa senão aceitar os preços da Empresa, que vai atuar em regime de quase monopólio, na qualidade de concessionária de serviço público, praticando preços que não estão autorizados no contrato de concessão”, encerra Giudicelli.
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