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Postada em 16/12/2015 17:00 | Atualizada em 18/12/2015 23:10 | Por Todo Segundo

Ex-PM é condenado a 14 anos de prisão por morte de pecuarista

Sentença foi proferida no início da noite desta quarta-feira, após 6 horas de julgamento em Palmeira dos Índios
Ex-PM é condenado a 14 anos de prisão por morte de pecuarista - Foto: Todo Segundo
Do Todo Segundo

O ex-policial militar, Manoel Bernardo de Lima Filho, acusado de matar o pecuarista José Cardoso de Albuquerque, pai do cantor forrozeiro Geraldo Cardoso, em Palmeira dos Índios, foi condenado a 14 anos de prisão inicialmente em regime fechado. O crime ocorreu em 1989, em uma casa comercial, no município.

A sentença foi proferida pela juíza Luana Freitas, substituta  da 4ª Vara do Tribunal do Júri, após decisão do júri popular, que ocorreu por volta das 19h50, desta quarta-feira (16). Além da prisão, o réu foi condenado a pagar R$ 10 mil à família da vítima por danos morais. A defesa do acusado irá recorrer da decisão.

Durante a pronúncia do promotor de Justiça, Fábio Vasconcelos, Lima Filho permaneceu sentando, com os braços cruzados, em silêncio e de cabeça baixa. O promotor se dirigiu aos setes jurados presentes, narrando a história do homicídio, ligando o réu a cena do crime e pediu a condenação do mesmo.

Os jurados atenderam à denúncia do Ministério Público Estadual (MPE/AL) e condenaram o militar por homicídio qualificado por motivo fútil.

Lima Filho foi o único acusado a sentar no banco dos réus, devido ao falecimento de outros envolvidos no crime, entre eles o delegado Ricardo Lessa. O ex-policial foi preso em 2008, em São Paulo, e já havia sido condenado por outros homicídios, além de ser apontado como integrante de um grupo de extermínio.

O Ministério Público requisitou auxílio da 17ª Vara Criminal para o caso, em razão dos indícios de que se tratava de uma organização criminosa. De acordo com os autos, os autores intelectuais do crime, revelados após a prisão do réu, seriam o ex-prefeito de Quebrangulo Frederico Maia Filho, o “Mainha” e sua esposa Cleusa.

O júri popular do ex-policial militar começou no início da tarde na sede do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), localizado no bairro Paraíso, em Palmeira dos Índios e durou mais de 6 horas.



O crime

José Cardoso de Albuquerque, pai do cantor Geraldo Cardoso, foi assassinado com vários disparos de metralhadora e revolver calibre 38, em 27 de setembro de 1989, no interior de uma casa comercial, Bilá Auto Peças, no município de Palmeira dos Índios.
 
O ex-policial Manoel Bernardo de Lima Filho, pertencia, supostamente, a um grupo de extermínio responsável por crimes de pistolagem, liderado pelo delegado Ricardo Lessa, já falecido, e que naquele período seria rival da “gangue fardada”, comandada pelo ex-tenente Cavalcante.

Ao chegar em um posto de combustíveis em Palmeira dos Índios, a vítima foi chamada pelo Sargento Góes para ir até a delegacia, onde encontrou os delegados Eduardo Mala e Ricardo Lessa.

Ao tomar conhecimento que iria ser deslocado para o município de Viçosa, ocasião em que Lessa teria dito que o mataria no meio da estrada, José Cardoso tentou fugir entrando na loja de auto peças, da qual era cliente, pedindo socorro e gritando que queriam lhe matar. Como não havia saída pelos fundos, ele foi acuado e morto sem chances de defesa.
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