Quem é Manauara? Como joga?

O adversário do ASA nas oitavas de final do Brasileirão da Série D é um novato no futebol brasileiro. Fundado no dia 30 de novembro de 2020, o "Robô" surgiu através de um projeto ousado por meio e concebido a partir de um bom aporte financeiro para os padrões do futebol amazonense.

Um clube novo, estruturado e com margem para crescer no cenário do futebol nacional.

O Manauara foi o segundo colocado do grupo A1 na primeira fase; em 16 jogos soma oito vitórias, seis empates e duas derrotas. Na Série D ainda não perdeu jogando em seus domínios, no Estádio Ismael Benigno, a Colina.

Mas como joga o time do técnico Luis Carlos Winck?

O treinador utiliza o sistema 4-3-3 (com dois volantes, um meia, dois pontas de velocidade e um centroavante) e suas variações através de seus conceitos. Seja no momento com a bola ou sem a bola.

Nas últimas partidas Winck vem utilizando na fase ofensiva o zagueiro Weverson na função de lateral-direito. Desta maneira, as iniciações das jogadas são feitas com os três defensores naturais através da saída de três. A ideia é "prender" o lado direito para liberar o lateral-esquerdo Johnatan Moc. Assim, a variação na saída de bola faz o time se organizar no 3-4-3.

Existe uma variável dentro do próprio 4-3-3 a partir de uma característica individual. Quando o técnico utiliza um lateral-direito de origem, mais ofensivo, a dinâmica na saída de bola muda. Na variável utiliza o volante Ítalo desce para ficar entre os zagueiros para participar da saída de três.

Esta ação faz com que os laterais subam, os pontas fiquem "espetados" - fazendo movimentações de fora para dentro -, e o meia junto do volante façam o jogo sustentado por dentro. O objetivo é criar igualdade e superioridade numérica com o 3-2-5.

Outras características do Manauara no momento com a bola, são as jogadas coordenadas utilizando os pontas e, principalmente, o jogo de pivô. A movimentação do centroavante saindo da área gera espaços para as infiltrações dos pontas e os meias.

Na fase defensiva, o Robô faz duas linhas de quatro (4-4-2), com dobras dos pontas nos corredores para auxiliar os laterais.

Como qualquer time do mundo, o time amazonense não é perfeito.

Embora seja um time com uma estatura alta, tem dificuldades na bola aérea defensiva. Além disso, oferece espaços nos corredores, nas costas dos laterais, quando não consegue definir suas jogadas através de sua transição ofensiva.

Outro ponto perceptível são os espaços cedidos no meio-campo quando as 'perseguições' e duelos não são feitos com tanta eficácia ou com desencaixes na marcação.

Em meu ponto de vista, o ASA tem um leve favoritismo por todos os elementos estatísticos e de rendimento na competição. No entanto, este fator não é garantia de vitória diante de uma equipe que chegou na mesma fase por muitos méritos.